EDITORIAL | Para variar, boas notícias

Vivendo tantas aflições, resultado da sucessão de más notícias e grandes incertezas, há que haver espaço também, no Brasil, para apontar motivos para confiança e otimismo. Algo que acontece, necessariamente, sempre que se fala do agronegócio que, sem exageros, nos últimos dez anos carregou a economia brasileira.
Sem os resultados no campo, que já transformaram o País num dos grandes produtores mundiais de alimentos, caminhando rapidamente para ser o maior, é bem possível, simplesmente, que não estaríamos mais de pé.
São recordes que vêm se repetindo ano a ano, em volume suficiente para que se possa prever que a produção acumulada de grãos deverá chegar, no final da década, bem perto de 500 milhões de toneladas/ano. Não é ficção, não é exagero, basta fazer as contas, ano a ano, e as projeções correspondentes.
Antes comemoremos, para injetar um pouco de alegria num panorama ainda sombrio, os resultados da safra mineira de grãos – 2020/21 – em que mais uma vez a rotina da quebra de recordes se confirma, conforme registro que não é local mas sim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na sétima edição de seu Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, cujos principais dados foram divulgados na semana passada neste jornal.
Resumindo, um banho de confiança apontando a importância do setor, lembrando o papel do hoje candidato ao Prêmio Nobel da Paz, o mineiro Alysson Paolinelli, o homem que mudou a produção de alimentos, a agricultura tropical, com impacto em todo o planeta. Voltando aos números, a Conab registra novos recordes, indicando por exemplo que deverão ser colhidas 17,5 milhões de toneladas de soja, incremento de 14% em relação à safra passada. Como alguém já disse, no agronegócio brasileiro os números são chineses.
E nos contam também que, com condições climáticas favoráveis e expansão de 14,9% na área plantada, Minas deverá colher 8,8 milhões de toneladas de milho e com incremento ainda superior ao da soja, chegando aos 17,2. Para o feijão é esperado incremento de 5,9% e produção de 588 mil toneladas. São números que entusiasmam e, sobretudo, devem nos fazer lembrar que políticas bem estruturadas, com suporte adequado tanto financeiro quanto científico apontam o bom caminho e produzem resultados.
O agronegócio, sem lugar para dúvida, nos ensina como fazer, nos coloca mais perto de um futuro que parecia inalcançável, cabendo esperar que seja tomado como exemplo e que seu próximo passo seja agregar valor à produção, trocando as vendas in natura, ainda predominantes, em produtos beneficiados. Esse é o rumo, não temos dúvida alguma.
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