Opinião

EDITORIAL | Petrobras em alta

EDITORIAL | Petrobras em alta
Crédito: Brenda Blossom / stock.adobe.com

Cabe interromper, ainda que por um único dia, a tendência monotemática dos comentários publicados neste espaço para dedicá-lo, hoje, a um outro tema de grande relevância para o Brasil e os brasileiros. Falaremos, adiante, da Petrobras e seu desempenho, aferido na última semana na Bovespa, quando oscilações positivas das ações da estatal fizeram com que seu valor de mercado alcançasse R$ 520,6 bilhões, maior nível já registrado. No ano, os papéis ON alcançaram alta de 95,39% na Bovespa, enquanto as ações PN alcançaram 97,39%.

Dizem os analistas que as tendências do mercado internacional, por conta da guerra na Ucrânia, ajudam a compreender, no geral, a euforia que o setor está vivendo, enquanto a situação particular da Petrobras teria a ver também com o crescimento do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas pré-eleitorais. A possibilidade de vitória, na perspectiva desses analistas, é igual a menos riscos de mudanças políticas, seja no que toca ao alinhamento de preços dos derivados de petróleo ao mercado internacional. Considerações que certamente possibilitariam uma outra leitura, neste caso para demonstrar que o que é bom para os acionistas da Petrobras necessariamente não é igualmente bom para os clientes da estatal, neste caso os consumidores brasileiros.

Independentemente desse tipo de considerações, uma outra se impõe e diz respeito ao que era dito a respeito quando estava no auge a Operação Lava Jato, com todos os holofotes apontando na direção da Petrobras para iluminar e proclamar o seu desastre. A empresa, dizia-se, estaria virtualmente quebrada, arruinada depois de ter frequentado o restrito clube das maiores do mundo. Tudo isso para concluir e proclamar que o mais certo a fazer era o País se livrar dela o mais rapidamente possível. Em pouco tempo, e apesar de dificuldades de toda ordem, a empresa literalmente se ergueu das cinzas para voltar a ser a maior entre as brasileiras.

Faltam explicações aceitáveis para mudanças tão drásticas e tão rápidas, lembrando que há pouco tempo os horizontes da Petrobras eram absolutamente sombrios, porque arruinados pela roubalheira e incompetência de seus antigos dirigentes. A reação anotada terá sido uma exibição de competência ou apenas dos exageros anteriores, aliás percebidos e confirmados em outras esferas? Cabe perguntar, cabe esperar a resposta, no mesmo momento em que o ministro da Economia volta a falar em privatização da empresa, situação que recomenda, pelo menos, muita atenção com relação aos valores que surgirão nessas supostas negociações.

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