[EDITORIAL] Pouco tempo, muito a fazer
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Empresários em geral acreditam que, pelo menos, e por força das mudanças acontecidas, já se pode falar numa reversão de expectativas no País. Existe mais confiança e otimismo, com base na perspectiva de que o ajuste fiscal finalmente ganhe consistência, começando pelas reformas na Previdência. Essa confiança, embora ainda moderada, já alimenta previsões de que o crescimento do Produto Interno este ano poderá ser, pelo menos comparativamente, mais robusto, chegando talvez aos 3% e sinalizando uma mudança de patamar.
Desde já é preciso que esta perspectiva mais animadora seja também percebida e tratada pelo lado das pressões que originará. Até agora, por força dos anos de recessão ou do crescimento muito modesto, foi possível garantir as entregas essenciais, sobretudo na área de infraestrutura. Em algumas áreas, como nos portos e por conta do bom desempenho do agronegócio, uma situação bem próxima do limite, que se repetiu em menor escala nas rodovias e nas ferrovias. Algo mais robusto, como se espera, significa que é necessário voltar a pensar, e rápido, nos gargalos que andam esquecidos. Sem a necessária articulação, soluções rapidamente podem se transformar em novos problemas, que podem se manifestar também na oferta – e custos – da energia elétrica.
Muita coisa para pensar, muito mais ainda para fazer, se considerados o virtual congelamento, nos últimos anos, em obras de infraestrutura relevantes. Dificuldades podem, no entanto, significar também oportunidades, no caso presente em termos de ocupação da mão de obra ociosa e de toda a gama de serviços, de todas as áreas, que permanecem nas prateleiras e, demandados, ajudarão a fazer girar as rodas da economia como é preciso. Muito possivelmente um fator de alívio para o ministro Paulo Guedes e sua equipe.
Certo é que esses movimentos precisam ser pelo menos pensados, assim como realizá-los. Esperar simplesmente pode significar, e mais uma vez, deixar passar da hora, enquanto existe consciência de que não existem recursos para investimentos diretos, mas uma larga avenida de oportunidades para parcerias público-privadas, que não avançaram mais por conta da burocracia e das fragilidades do governo anterior que propriamente pela falta de interesse de investidores externos. Tudo isso sabendo-se que sobra capital no mundo procurando um pouso atraente, mas faltam projetos confiáveis. O Brasil, com inteligência, pode perfeitamente reencontrar um lugar de destaque nesse cenário.
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Cabe acreditar, cabe esperar que o novo governo vença logo a fase de arrumação e ajustes para as que coisas finalmente comecem a acontecer.
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