Opinião

EDITORIAL | Quem pensa no Brasil?

EDITORIAL | Quem pensa no Brasil?
Apoiadores de Bolsonaro invadem prédios em Brasília durante protesto | Crédito: Adriano Machado / Reuters

Pesquisas de opinião acreditadas apontaram que passam dos 90% os brasileiros que não aprovaram e condenam os acontecimentos do dia 8 de janeiro. É bem possível, embora não existam ainda pesquisas a respeito, que a rejeição ao ex-presidente Jair Bolsonaro tenha crescido também substancialmente, sugerindo que a parcela dos que o apoiam não mais corresponde aos números apurados na votação de outubro. A tal ponto que até mesmo o PL, pela voz de seu presidente, admite que é preciso reavaliar os prós e os contras de manter sua filiação partidária. Resumindo, os tais “patriotas” meteram os pés pelas mãos e não passam hoje de uma minoria que só tem alguma relevância porque prosseguem fazendo das mentiras sua principal arma e das redes sociais sua trincheira.

Tudo isso nos ocorre a partir da elementar conclusão de que temos no Brasil problemas mais sérios a enfrentar, no campo da gestão pública e é preciso dar espaço ao governo eleito dentro das regras constitucionais para que ele possa trabalhar. Este é um esforço absolutamente necessário e se não acontecer, se esta minoria barulhenta continuar se comportando como se julgasse ser maioria, inclusive desnudando sua indigência intelectual ao ainda tentar sustentar que a eleição foi fraudada, aí sim, corremos o risco de enfrentar mais 4 anos de paralisação, com o País cavando mais fundo o buraco de sua miséria.

Que entendam, aqueles providos de capacidade de raciocinar, felizmente a maioria, que não se está reclamando apoio e concordância para o atual presidente ou para seu partido. Apontamos sim a necessidade de convergência em torno de um projeto de Estado, de recuperação, reconstrução até chegar à etapa da construção do País que temos todas as condições de ser. Falamos da potencialização de nossos diferenciais competitivos, que não são poucos, num esforço comum que por suposto interessa a todos os brasileiros e a eles, exclusivamente, pertence.

O contrário será necessariamente uma condenação a todos nós, vítimas de uma política mesquinha, apequenada por interesses igualmente menores, em que o poder é a única ambição. E disso, infelizmente, dão sinais todos aqueles, e não são poucos, que antes mesmo que se complete o primeiro mês do novo governo já fazem movimentos pensando na eleição de 2026. Assim cabe perguntar, quem, afinal, pensa em governar, pensa num projeto permanente para o Brasil, como se fosse muito difícil perceber que o sucesso, dentro desses parâmetros, deveria ser o único a legitimar candidaturas, criando-lhes também condições de sucesso.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas