EDITORIAL | Questão de racionalidade

A gestão do sistema de transporte, coletivo e de cargas, e de trânsito em Belo Horizonte poderá ganhar muito em agilidade e eficiência caso sejam concretizados os objetivos que levaram à criação da Superintendência de Mobilidade do Município (Sumob), conforme projeto encaminhado à Câmara Municipal na semana passada.
Se aprovada, a nova autarquia será vinculada à Secretaria Municipal de Política Urbana e ao mesmo tempo extinta a atual Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHtrans).
Conforme proposto no projeto apresentado pela Prefeitura, competirá à Sumob planejar, organizar, fiscalizar e gerenciar o trânsito e os serviços de transporte regulamentados, além de contribuir com as atividades afins, além de executar os serviços de transporte público individual e coletivo, suplementar, escolar, de táxi e fretado. Também estará no âmbito da autarquia definir e gerir as políticas tributárias, além de implantar e manter a sinalização de trânsito. O conceito, como dito acima, é absolutamente
pertinente, no sentido de devolver eficiência e racionalidade à gestão pública nestes setores, vitais para o município, criando simultaneamente condições mais favoráveis à efetiva aplicação de conceitos mais atuais de mobilidade, tendo em conta inclusive mudanças que parecem próximas, decorrentes da aplicação de novas tecnologias. Tudo isso sem contar a elementar tarefa de disponibilizar um sistema de transporte de massa mais ambicioso ou afinado com as reais necessidades da população local.
Nesse sentido, é desejável que o projeto evolua de maneira mais ambiciosa, começando por considerar que não se trata apenas de definir regras ou projetos que atendam ao município de Belo Horizonte e sim à região metropolitana como um todo. De outra maneira não funcionará, sendo portanto imprescindível que desde já as discussões e planejamento envolvam todos os municípios, em que se observa um processo consolidado de conurbação.
Pelos mesmos motivos o sucesso dependerá igualmente da adesão e participação do governo estadual, todos somando esforços para a superação de problemas que se agravaram muitíssimo nos últimos anos, afetando indivíduos e atividades econômicas, em termos de produção e de produtividade.
Tudo leva a crer que a iniciativa do prefeito Alexandre Kalil é tão oportuna quanto necessária, sendo o primeiro passo para a integração que, todos esperamos, poderá dar racionalidade às ações futuras, além de, se bem conduzidas, servir de modelo para todo o Estado e até para o País.
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