EDITORIAL | Receita para fazer melhor

A CCR Aeroportos, concessionária do Aeroporto da Pampulha, divulgou esta semana os seus primeiros projetos para revitalização da área e consequente utilização, com destaque para o anúncio de que o terminal de passageiros será duplicado, “com foco na aviação geral”. Não haveria como a empresa ser mais direta com relação às suas intenções, sugerindo que a polêmica sobre a existência ou não de um aeroporto central em Belo Horizonte, com destinação bem específica, pode ter terminado, o que é, além de conveniente, perfeitamente possível.
Na realidade, não se trata, nunca se tratou, de uma escolha entre Confins e Pampulha e sim da busca de integração, de aproveitamento racional das duas instalações, no fim das contas com melhor resultado para as concessionárias, que aliás são parceiras nos dois empreendimentos, e para os usuários, que poderão contar com serviços melhores, além da maximização da utilização das duas estruturas, com amplas implicações no turismo regional e em toda a economia do Estado. Na realidade, não há conflito e sim convergência que pode ser muito bem aproveitada.
O anúncio que acaba de ser feito aponta nessa direção e, na realidade, avança. A ideia mais ambiciosa é a revitalização de toda a área, que é grande e muito bem localizada, a partir da construção de um grande complexo comercial em torno da praça Bagatelle. Tudo isso também para atender, em termos de serviços, toda a região da Pampulha, como o complexo arquitetônico da própria lagoa, de relevante interesse turístico, o Mineirão e a UFMG, além da BHTec, está em pleno desenvolvimento. Ganham a região da Pampulha, ganha a cidade e ganha o Estado com a oferta de serviços, geração de empregos e investimentos.
São boas novas, não temos dúvidas, da mesma forma que acreditamos que toda a área adjacente às pistas e estação de passageiros, além da antiga Base Aérea, representam um espaço de grande potencial e que permanece por ser mais bem aproveitado. Com espaço também para a retomada de voos diretos, fazendo ligação com Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, com aeronaves menores e serviços direcionados a executivos. Tudo isso podendo, inclusive, alimentar Confins e vice-versa.
Para resumir, enxergamos nesse processo também a possibilidade de que a população da região, que reage mal à reativação do Aeroporto, também sair ganhando e em todos os sentidos, tendo em conta inclusive que a revitalização trará serviços e conforto, além de valorização para os imóveis. Ou seja, combinando inteligência com bom senso e entendimento entre as partes sobrará como resultado benefícios para todos. Mais largamente, para Minas Gerais.
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