EDITORIAL | Recomeçar e fazer melhor

O presidente Biden, dos Estados Unidos, passadas as festas de posse, por óbvias razões mais discretas este ano, começou ontem sua primeira semana de trabalho na Casa Branca, Washington. Os desafios que têm pela frente, lembrando que o número de mortes decorrentes da pandemia se aproxima dos 500 mil em seu país, são de proporções inéditas, interna e externamente, dando razão ao seu convite, no discurso de posse, para que seu país se fortaleça na união e na convergência, pacificado politicamente para então poder enfrentar, superando, os problemas que têm pela frente. Ele falava, claro, para seus concidadãos, em meio ainda a uma turbulência sem precedentes e sem que se saiba qual será o comportamento do bloco que se alinha à direita mais radical, mas seu apelo tem um sentido também universal.
Hoje todos, habitantes do planeta, temos que enfrentar a pandemia, vencendo a Covid pela vacinação em massa. Cumprida essa etapa, há que cuidar da reconstrução, se possível num ambiente novo, em que colaboração poderá ser muito mais que um discurso de conveniência e sim resultado da conclusão, afinal, de que a soma de esforços e de recursos, a convergência, potencializa a capacidade de superação das dificuldades que estão à frente, abrindo espaços para a construção de uma sociedade mais equilibrada, em que a soma de conhecimentos, a capacidade técnica e recursos acumulados, possam, afinal, ser melhor utilizados.
Esta não seria, na perspectiva do presidente que acaba de assumir o governo do país mais rico e mais poderoso do planeta, uma questão de mera generosidade. O ponto de equilíbrio pode ser igualmente o ponto de força, entendida pela redução de atritos, tensões e conflitos, ao mesmo tempo oportunidade para um novo ciclo de prosperidade, do qual todos se beneficiariam. Ambição bastante antiga para muitos, mera utopia para outros tantos, mas de qualquer forma algo perfeitamente possível desde que sejam quebrados paradigmas, com a competição dando lugar ao esforço comum, colaborativo e verdadeiramente solidário. Ou fazer do discurso, tão comum, repetitivo e banalizado, a verdadeira prática.
Fato é que, vencida a pandemia, o inevitável recomeço será também oportunidade para fazer diferente, com valores diferentes e melhores, alguns deles, os principais, lembrados pelo presidente Biden na sua posse. Que tenha sido também um convite sincero e de alcance mais amplo, além de um compromisso que o país mais rico e poderoso do planeta tem as melhores condições para liderar.
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