Opinião

EDITORIAL | Reversão de expectativas

EDITORIAL | Reversão de expectativas
Crédito: Alessandro Carvalho

Em recente pronunciamento, por ocasião da entrega do Prêmio José Costa e das comemorações dos 90 anos do DIÁRIO DO COMÉRCIO, o governador Romeu Zema afirmou que no primeiro mandato se ocupou, fundamentalmente, do que chamou de “arrumar a casa”. Tarefa completada, que entende exitosa, anunciou que no segundo mandato, a partir do próximo ano, se ocupará da tarefa de devolver a Minas Gerais um ritmo de expansão econômica, com foco na indústria e crescimento que signifique geração de renda e prosperidade para a população local.

Depois de um já longo período bem próximo da estagnação e enfrentando severo processo de desindustrialização, o Estado precisa desse impulso, exatamente com foco nas atividades com capacidade de gerar mais valor. Nessa direção, chama atenção o anúncio de que o projeto do Aeroporto Industrial, em Confins, será retomado, agora com a liderança da concessionária BH Airport, conforme detalhado ontem em evento na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). No fundamental, trata-se de dar melhor aproveitamento à estrutura existente, sua localização central em relação ao território nacional, aumentando a atratividade do armazém alfandegado ali existente, principalmente com relação às atividades que envolvem alta tecnologia. Um projeto redesenhado a quatro mãos com a Fundação Dom Cabral, com investimento de R$ 350 milhões e previsão de construção de 122 mil metros quadrados, dos quais 70 mil estarão dentro do Aeroporto Industrial.

Será, afinal, a concretização dos planos mais ambiciosos para o chamado Vetor Norte e, muito possivelmente, mudança significativa no perfil da indústria mineira, se não da própria economia, que permanece fortemente dependente do setor primário. A eletrônica, a alta tecnologia, sempre de alto valor agregado, representam o eixo desse grandioso projeto, que tem como um dos suportes o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, disponibilizando suporte financeiro às empresas que aderirem, além da própria Fiemg, principalmente na tarefa de atrair investidores.

Potencialmente, e sem exageros, é possível que estejamos todos diante do momento de reversão de expectativas no que toca à economia regional, com foco em transformações de natureza estrutural, no contexto de uma nova realidade, num processo de adequação que é também bastante urgente e de interesse nacional. Só se pode esperar que a partir de agora, e depois de um atraso de pelo menos dois anos, o projeto do Aeroporto Industrial avance com celeridade, apontando novos horizontes para a economia de Minas Gerais.

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