Opinião

EDITORIAL | Sem tempo para perder

EDITORIAL | Sem tempo para perder
Crédito: Divino Advíncula/PBH

A liminar obtida pela Prefeitura de Contagem impedindo qualquer avanço no projeto de construção do Rodoanel durou pouco, já foi cassada. Para quem sabe das filigranas jurídicas, nada que indica que os trabalhos possam, finalmente, avançar, num caso raro em que o dinheiro para as obras já está em caixa. Muito provavelmente outros recursos e outros movimentos poderão acontecer, retardando ainda mais um processo já bastante atrasado. Como já dissemos, é de todo lamentável que a questão, tão urgente para quem vive na região metropolitana, esteja judicializada, justamente com seus dois maiores municípios se recusando a aceitar a proposta do Governo do Estado, sem que pareça existir, entre as partes, verdadeiro empenho em – literalmente – encontrar o melhor caminho.

Muito provavelmente, mais um daqueles casos em que todos têm razão mas ninguém está certo. Alegam os queixosos que faltou diálogo, faltou a conversa que, por suposto, os mineiros tanto gostam, enquanto o Palácio da Liberdade nega, respondendo que houve tempo e ocasião para os acertos necessários, o que não teria acontecido por desavenças políticas e não pelo que dizem ter sido um comportamento “imperial”. Como não será nada fácil determinar de que lado, de fato, está a razão, é preciso e urgente que os agentes públicos sejam pragmáticos, entendendo pelo menos que a disputa jurídica pode se perder no tempo, situação que não é crível aceitar como interessante para quaisquer deles.

Indo direto ao ponto, mesmo correndo o risco de pedir muito, reclama-se, simplesmente, bom senso, o que significa dizer que certo será o que for melhor para os moradores dos 34 municípios que formam a região metropolitana, sem que exista quem, pelo tamanho ou força econômica, possa falar mais alto. Encontrar a resposta, considerada a conurbação já cristalizada, demanda que a gestão seja realmente integrada, com coordenação superior e efetiva, capaz de ouvir, refletir, decidir e ser acatada. Aqui também estamos propondo bom senso, apontando na direção do óbvio, de uma gestão que deixe de ser fragmentada para ganhar articulação bastante para que seja encontrada a melhor solução para a questão em pauta e ao mesmo tempo abra espaço para ações conjuntas, que tendem a ser mais eficazes e mais econômicas. Quem se der ao trabalho de observar, de conhecer um pouco mais sobre estes 34 municípios e suas peculiaridades, não terá como escapar dessa conclusão e do entendimento de que ela é, na realidade, a única possível.

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