Opinião

EDITORIAL | Só depende da vontade

EDITORIAL | Só depende da vontade
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente da República pela terceira vez | Crédito: Reuters/Adriano Machado

Esperemos todos que a posse do novo governo, no domingo, tenha marcado bem mais que o cumprimento de um dos fundamentos do processo democrático, a renovação. Este ano em condições peculiares, de todo conhecidas, escancarada com a ausência do titular que abandonou o cargo e não cumpriu a formalidade de transmiti-lo ao sucessor. São tantas as diferenças, tamanhas as disparidades, que possivelmente seja melhor assim. E que possamos estar assistindo, de fato, ao início de um novo tempo e que até mesmo os órfãos do presidente que preferiu sair pela porta dos fundos, finalmente enxerguem a realidade.

Não estamos falando ou pensando na realidade deste ou daquele grupo, não indagamos quem está certo ou errado. Sugerimos, de parte a parte, que a contenda finalmente tenha fim, que a realidade seja reconhecida, e que a corrida, ou uma maratona, seja para devolver ao Brasil e aos brasileiros as chances de um destino melhor. Melhor, como numa corrida de revezamento, em que todos se apoiam buscando objetivo comum, uma vitória coletiva. Até porque, apesar das diferenças de métodos e de comportamento, não é muito difícil perceber que estavam todos falando em democracia, em liberdade e em prosperidade como objetivos a serem alcançados.

A partir de ontem, o presidente Lula governa para todos os brasileiros e parte de seu sucesso depende de uma grande reconciliação, calçada no entendimento de que os desafios que estão pela frente pressupõem esforço comum, demandam energias que não podem ser consumidas com querelas sem sentido e, menos ainda, com a repetição da tragédia do “quanto pior melhor”. Trata-se, certamente, não sem uma grande dose de otimismo, de finalmente sepultar os erros do passado ou, ainda de forma mais simples, de apenas pôr em pratica os discursos que nunca saíram dos palanques, entendendo que remar na mesma direção é condição para escapar do naufrágio, é continuar esperando o futuro que nunca chega.

Pode e tem que ser diferente porque se não estivermos falando de objetivos comuns, com certeza falamos de interesses comuns que não têm outro dono que não o conjunto da população brasileira.

Temos os recursos, temos as ferramentas e podemos fazer melhor se, de fato e de verdade, soubermos colocar o Brasil em primeiro plano, não mais como paródia de regimes que a história sepultou, mas como símbolo verdadeiro de vontade, de determinação e da força que, representando o conjunto da população, é o quanto basta para afastar aventureiros e todos aqueles que pretendem apenas servir-se de nosso País.

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