EDITORIAL | Soluções ao alcance

Se a intensidade das chuvas neste início de ano produziu, como resultado a comemorar, a recomposição dos reservatórios das grandes usinas hidrelétricas, situação que não se imaginava pudesse ocorrer tão cedo, veio acompanhada de tragédias sobre as quais, além de lamentar, cabe refletir. Nesse sentido, o que se passa na região serrana do Rio de Janeiro é ilustrador, sendo preciso aproveitar a comoção que permanece em Petrópolis, com pelo menos duas centenas de mortos, para uma espécie de mea culpa, reconhecendo erros que podem levar a soluções.
O que ocorreu nas duas últimas semanas não é nenhuma novidade, traduzindo problemas sobre os quais o próprio D. Pedro I, ao imaginar a cidade – primeira desenhada e planejada – que seria abrigo de verão para o reinado de seu filho. D. Pedro se deu conta dos problemas representados pela topografia local e tentou preveni-los, restringindo a ocupação exclusivamente às áreas seguras, afastadas das encostas. Como em tantas outras ocasiões e locais, o crescimento desordenado produziu resultados indesejados, pelos quais agora pagamos o preço.
Reclamam-se soluções, cobra-se até desvios de verbas ou a não aplicação dos recursos disponibilizados, mas o fato é que em média a cada 10 anos, e com gravidade obviamente crescentes, os mesmos acontecimentos se repetem, assim como os enganos. Fica no ar a impressão de que, pelo menos no discurso, os administradores públicos, pretensiosos, imaginam ser possível conter a natureza, sobretudo quando esta é sistematicamente contrariada. Cabe em primeiro lugar o entendimento de que os erros acumulados são de proporções tais que o nível das soluções prossegue distante da realidade.
O que acontece em cada uma das grandes e médias cidades brasileiras é consequência previsível do adensamento desordenado, com as áreas de risco perversamente destinadas à população de menor renda. Mudar esse quadro, o que demanda tempo e recursos, significa desconcentrar, garantida a mobilidade que atenda às necessidades da população. Estamos falando do óbvio, o que nos recorda observação do arquiteto e urbanista Jayme Lerner a propósito de Belo Horizonte, numa palestra nas alturas dos anos 70. Segundo ele, tudo poderia mudar, rapidamente e para melhor, com a construção de uma ferrovia que, por exemplo, ligasse Sete Lagoas a Itaúna, passando por Belo Horizonte. Resumidamente, a receita para desconcentrar, com garantia de acesso de qualidade, a hoje tão falada – mas inexistente – mobilidade.
Buscar soluções é pensar grande e parece ser exatamente o que mais nos falta.
O que é Segurança Energética?
São medidas adotadas para evitar a falta do abastecimento de energia, provocada por fatores como a escassez hídrica e até mesmo dificuldades inerentes aos tipos de fornecimento. Associada a essas medidas está a segurança na disponibilidade de energia adequada, de qualidade e a preços acessíveis.
O que é o desafio energético?
Conforme o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, em seu portal on-line, em citação a Thomas B. Johansson, “os desafios energéticos incluem fornecer serviços energéticos para o bem-estar de uma população mundial crescente, facilitar o acesso a formas de energia modernas e que permitam à população pobre sair dessa condição, criar um nível razoável de segurança energética (energia a preços acessíveis e sem interrupções graves) e mitigar as mudanças climáticas e seus efeitos”.
Quais os próximos eventos sobre Segurança Energética?
“O desafio da Segurança Energética” é um evento on-line gratuito que ocorrerá no dia 16 de março de 2022, com transmissão via plataforma Youtube. Na ocasião, profissionais qualificados e renomados do setor discutirão sobre os caminhos a serem percorridos para garantir o fornecimento de energia elétrica seguro.
A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) é a instituição realizadora do evento, que tem correalização do jornal Diário do Comércio — veículo de imprensa de Minas Gerais quase centenário e especializado em economia, gestão e negócios.
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Segue abaixo a programação do evento on-line “O desafio da Segurança Energética”.
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