EDITORIAL | Um brinde ao futuro
Num ambiente ainda de tantas e tamanhas incertezas cabe festejar, e muito, o anúncio de que entram em reta final os preparativos para abertura do primeiro centro de distribuição da Amazon no Estado, instalado em Betim. Como é sabido, a empresa, a maior do mundo em e-commerce, trabalha e investe para ampliar suas atividades no País, pretendendo que este processo se irradie justamente a partir do Estado.
A posição geográfica central e a malha rodoviária, que, mesmo com suas limitações, permite acesso aos principais centros do País, justificam a escolha. E com possíveis e grandes desdobramentos, considerado o porte das atividades da empresa, conforme aponta o governador Romeu Zema, que não vê distante o momento em que Minas Gerais poderá ser o grande centro logístico do País.
Embora o investimento inicial seja relativamente modesto para o porte da empresa, exatos R$ 120 milhões, o otimismo faz sentido e pode de fato representar o momento da virada para a economia regional. A propósito, e conforme já noticiado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, a Prefeitura de Betim informa que, presentemente, 87 novos empreendimentos estão em processo de instalação no Distrito Industrial local e outros 111 em fase de consulta. Definitivamente, não é pouca coisa.
E, quanto à Amazon, espécie de nova estrela em Betim, a multinacional já conta com cinco centros de distribuição no País, além de Betim outros dois estão sendo implantados em Brasília e no Rio Grande do Sul, tudo para garantir agilidade nas operações e, um dos segredos do negócio, maior proximidade com a clientela, diversidade nas ofertas e possibilidade de reduzir a até um dia o prazo de entrega de pedidos. Para uma empresa que já trabalha ativamente para fazer entregas porta a porta utilizando drones, não parece muito.
Também em Minas o que está por acontecer, antecipa o governador, representa apenas o ponto de partida para a Amazon, que antes de escolher o Estado avaliou outras opções, e reforça suas operações no Brasil com ambiciosas e já anunciadas metas de expansão. Todo esse movimento pode significar também uma mudança de direção, que aproxima o Estado de conceitos mais atuais de negócios, ao mesmo tempo em que reforça a tese, que temos defendido, de que a desejada recuperação do Estado não virá apenas da redução de gastos e do reequilíbrio fiscal, mas sim de uma combinação de esforços em que o aumento de receitas deve ser o principal dos pilares.
Que seja assim e que o futuro, que uma empresa como a Amazon tão bem simboliza, afinal aconteça.
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