Opinião

EDITORIAL | Um viva à democracia

EDITORIAL | Um viva à democracia
Crédito: REUTERS/Adriano Machado e Ueslei Marcelino

O resultado da votação de domingo último, notadamente no tocante ao segundo turno da eleição presidencial, exibiu um país dividido em dois blocos de proporções equivalentes. Outra não pode ser a conclusão quando verificamos que, na contagem final entre os candidatos Lula e Bolsonaro, a diferença não chegou a meio ponto percentual, com o primeiro recebendo 50,20% dos votos válidos e o segundo 49,80%, fato absolutamente inédito. Não se trata, agora, de olhar pelo retrovisor para entender como e porque o País chegou a esta situação. Mais efetivo será registrar, em primeiro lugar, a vitória da democracia, que se consolida, valorizada pelo sistema de coleta e apuração de votos, sem similar no planeta.

Segundo, chamar a atenção também para o fato de que tão logo foi conhecido e divulgado o resultado, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu ligação telefônica e cumprimentos do presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, destacando seu desejo de aproximação com o novo governo e cooperação em todos os campos, além de reconhecer a integridade da democracia brasileira. E se dúvidas houvesse a respeito, o que é fato, a agilidade do presidente do Superior Tribunal Eleitoral em proclamar o resultado, inclusive confirmando que a diplomação se dará no dia 19 de dezembro, além de manifestações dos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF) com certeza apagam os riscos que não escapam à observação.

Com esta confiança – e alívio – cabe então olhar para frente, chamando atenção para o fato de que todos os citados anteriormente lembraram  da polarização existente, cobrando “paz entre divergentes” ou “mais união, mais respeito e mais entendimento”, porque somente “todos juntos teremos como construir o País com que sonhamos”. Na mesma linha falou, em seu primeiro pronunciamento, o presidente eleito, começando por reconhecer que a vitória não foi dele, não foi de seu partido ou aliados, mas sim de todos os brasileiros, com os quais e para os quais governará, com um olhar mais forte e solidário aos mais necessitados, os que não têm teto ou garantias de uma refeição.

Ele sabe que não será fácil, conhece e apontou o tamanho das dificuldades a enfrentar, mas acrescenta que o País pacificado terá como debater, construir pontes e caminhos seguros para todos. E sem descuidar dos valores da democracia, das potencialidades do País, de sua reinserção global, tudo isso num ambiente de segurança jurídica e estímulo a investimentos. E, sobretudo, disse o presidente eleito, de que o verde e amarelo voltem a ser as cores de todos os brasileiros.

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