Opinião

EDITORIAL | Uma questão de bom senso

EDITORIAL | Uma questão de bom senso
Crédito: Charles Silva Duarte

Na semana que passou, o governo do Estado assinou contrato de concessão com a empresa italiana INC S.P.A. para construção e operação no Rodoanel da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O ato pode sugerir que tenha sido cumprida a última etapa do já relativamente longo processo que levará à efetivação do mais importante projeto de mobilidade para a região, mas não parece ser o caso. Entre o contrato agora firmado e seus resultados práticos será preciso esperar entre três e quatro anos até que, em tese, os pouco mais de cem quilômetros do Rodoanel possam ser utilizados. E isto, se quebrado o impasse que, na perspectiva atual pode levar, conforme já anunciado neste jornal, a manobras políticas que inviabilizem o andamento do projeto.

A questão se pretende a opiniões divergentes sobre o melhor traçado, razão pela qual Betim e Contagem ameaçam boicotar todo o processo, uma vez que a proposta do governo do Estado é apontada como inaceitável pelos dois municípios. Superar tais divergências evidentemente é o mais importante agora e nesse processo não pode haver espaço para intransigência, bem ao contrário, considerados os benefícios que o Rodoanel trará para todos, isto sem que seja necessário apontar seu significado como alternativa para o tráfego mais pesado no Anel Rodoviário.

Embora no espaço político as partes conflitantes prossigam batendo os pés sem que se afastem das respectivas posições, no mundo real o pragmatismo pode gerar resultados. É o que se depreende da posição da fatura concessionária que, não sem alguma dose de surpresa, anunciou no mesmo dia da assinatura do contrato que o traçado proposto poderá ser revisto  ainda na fase de licenciamento ambiental, de modo a conciliá-lo com as demandas de Betim e Contagem. Sem lugar para dúvidas, é o melhor a ser feito, promovendo o entendimento que, inicialmente, soa pouco inteligente, uma daquelas situações em que não existem ganhadores mas somente perdedores.

Para quem espera resultados, tanto em termos da mobilidade na Região Metropolitana tanto no que toca às melhores condições de operação em um dos maiores e mais importantes entroncamentos rodoviários do País, é o que deveria estar em primeiro plano. Afinal de contas, se o Rodoanel não pode ser para ninguém uma bandeira ou plataforma política, associada a interesses que necessariamente não são os da população alcançada pela obra planejada e em discussão, também não pode ficar para as calendas. O bom senso é que aponta nessa direção, recomendando que esforços e energia sejam somados para que a obra, pronta e acabada, seja entregue no menor tempo possível. Eis o que interessa.

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