EDITORIAL | Verdade ainda é primeira vítima

A democracia pode não ser perfeita, na realidade carrega muitos defeitos, mas, como dizia o premier Winston Churchill, certamente não inventaram nada melhor. Cabe discordar, cabe ter opinião própria, e cabe também decidir pelo voto, direto, em que cada um escolhe seus representantes, e indireto, através da representação parlamentar, que por sua vez acompanha, controla e orienta o Executivo. Muito bonito em tese, nem tanto na prática e exemplos dessa realidade, de que faz parte o Brasil, podem ser encontrados em quase todos os cantos desse nosso atormentado planeta. Isso, claro, naqueles países em que, ao menos formalmente, tais conceitos balizariam a vida em sociedade.
Infelizmente não foram poucos os desvios que a história anota e registra, regra da qual também o Brasil não foge, bastando lembrar acontecimentos recentes, ainda na memória de todos. Um governo caiu e o líder, com as melhores chances de ser escolhido pela maioria, foi alijado da disputa. Com cínico apreço à ética, dizendo-se escandalizados com a corrupção e defendendo imprecisos valores republicanos, tudo isso sem conseguir esconder que a ambição esteve sempre bem à frente da virtude, lograram remover o incômodo. Não conseguiram, no entanto, cumprir a promessa de que, uma vez removidos os corruptos e incompetentes, o País renasceria, a economia floresceria, com o fim do desemprego em massa, com a volta dos investimentos e do crescimento econômico. Sobretudo e acima de tudo, com o fim da corrupção.
Tarefa bastante difícil, quase impossível, tendo em conta que continuavam faltando virtudes, faltava alguém para apresentar um projeto de governo, enquanto sobravam ambições. Não estamos aqui sugerindo escolhas e preferências, tentando apartar os bons dos ruins, como se fosse, conforme muitos procuram fazer crer, uma coisa ou outras. Procuramos, sem encontrar, apenas aqueles que, de fato, colocam o Brasil em primeiro lugar, entendem que a educação é a grande arma de transformação e o desenvolvimento econômico sua consequência.
Simplesmente não conseguimos enxergar mocinhos de um lado e bandidos de outro, não conseguimos esquecer como tudo começou e não podemos deixar de observar que a caça foi seletiva, a ponto de provocar erros processuais e até constitucionais que podem pôr tudo a perder, sobretudo os valores perseguidos pela boa fé da maioria. Enquanto isso o País permanece marcando passo, distante ainda de ter musculatura para atacar seus problemas fundamentais e, para piorar, falsamente dividido pela manipulação de informações, tristemente distante daquilo que a maioria deseja
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