Editorial

A Alagro e a OCDE

A Alagro e a OCDE
Foto: Reprodução Freepik

O Brasil tem um papel crucial na produção de alimentos para o planeta. E a população mundial precisa, cada vez mais, de comida na mesa. Uma projeção feita pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) soa como um alerta e, ao mesmo tempo, como um desafio. Até 2050, será preciso aumentar a produção de alimentos em 60% para suprir as necessidades globais de consumo.

É neste contexto que foi lançada em setembro, em Belo Horizonte, a Academia Latino-Americana do Agronegócio (Alagro). A entidade tem sede em Montevidéu, no Uruguai, e agora um escritório na capital mineira. A Academia congrega mais de 20 países da América Latina e será uma importante ferramenta para o desenvolvimento do agronegócio sustentável. Hoje, faz-se necessário produzir alimentos com as melhores práticas de sustentabilidade no campo.

Como reiterou o presidente da Alagro, Manoel Mário de Souza, em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO: “Atualmente, o Brasil alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no planeta e está se preparando com tecnologias e políticas públicas para se transformar na ‘fazenda do planeta’. A estimativa é alimentar, até 2050, pelo menos 50% da população mundial, que está estimada em 10 bilhões de pessoas”.

O País tem esse grande desafio. A Alagro – que é fruto do sonho do mineiro e ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, que faleceu este ano – é voltada para o conhecimento sustentável e para levar as boas práticas do agro para toda a América Latina. A Academia está reunindo diversas entidades para a formulação de cursos que serão ministrados em vários países. A ideia é ofertar diversas linhas de cursos em plataformas híbridas em mais de 120 áreas de conhecimento do setor rural, do setor financeiro ao carbono zero, por exemplo. O grande objetivo: estímulo à economia verde e à inovação e tecnologia no campo.

Ainda segundo Souza, a entidade “nasce forte, consolida todas as matérias e os marcos regulatórios que envolvem as cadeias produtivas do Brasil e da América Latina contextualizando aspectos importantes de infraestrutura, logística, armazenamento e agricultura de precisão”. A Academia também vai trabalhar firme para que o Brasil tenha uma boa reforma tributária, a qual se adeque aos padrões internacionais para que o País venha a participar da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O que se almeja é que o Brasil seja reconhecido como um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Que o País não seja visto só como exportador de commodity grãos e também como protagonista em biocombustíveis, energia limpa, proteínas animais e frutas – e muito mais!

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