A Rota da Liberdade

As perspectivas de consolidação e expansão do turismo em Minas Gerais certamente ganharão força e velocidade com o anúncio da duplicação da rodovia de acesso a Ouro Preto e Mariana, a ser em parte financiada com recursos oriundos de reparações por conta do rompimento de barragem de rejeitos da Samarco. Conforme já noticiado, todo o trecho, agora rebatizado como “Rota da Liberdade”, passará a ser operado em regime de concessão, com expectativas de que a mudança implique em remoção dos gargalos de acesso às cidades que abrigam a parcela mais rica do acervo colonial barroco em terras brasileiras. Para nos fazer lembrar que a antiga Vila Rica foi, no seu apogeu no século XVII, a maior, mais rica e mais populosa cidade nas três américas.
Eis a medida da importância dos investimentos agora anunciados e diante dos quais será oportuno lembrar também que facilidades de acesso implicam em crescimento do turismo e, por óbvio, maior pressão sobre a infraestrutura de suporte e recepção. Cabe pensar no assunto desde já, buscando garantias e condições para que os turistas – estrangeiros sobretudo – sejam bem recebidos e bem atendidos nas suas variadas demandas. E uma empreitada que também não poderá ser isolada, desgarrada do chamado Circuito do Ouro e das cidades que o completam, tendo como polos e principais referências Congonhas, São João del-Rei e Tiradentes.
O turista que voltar sua atenção para Minas Gerais com foco no passado colonial, no barroco e no Ciclo do Ouro, muito provavelmente terá esta visão mais abrangente e satisfazer seu interesse significa multiplicar oportunidades para o Estado. Situação ideal, apontam estudiosos e especialistas, em que o visitante chega por terra ou desembarca em Confins, conhece Belo Horizonte, passa por Inhotim, hoje reconhecido como principal referência externa para o turismo no Brasil, e completa seu périplo conhecendo o barroco alojado nas cidades que formam o Circuito do Ouro.
Um potencial reconhecido, mas carente de melhor tratamento, exatamente a partir das condições de acesso, que podem e devem ser entendidas exatamente como partes de um mesmo circuito, espécie de portas – ou janelas – para que toda Minas Gerais seja melhor percebida e mais conhecida. Para que turistas, brasileiros e estrangeiros, possam chegar com certeza de que serão bem acolhidos e atendidos, num destino com atrações que justificarão plenamente a viagem. Assim deve ser entendida a “Rota da Liberdade”.
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