Editorial

Ampliar investimentos no Brasil está ao alcance da vontade

Com passagens pelo comando de empresas do porte da Vale e da Usiminas, Wilson Brumer avalia cenário econômico do Brasil
Ampliar investimentos no Brasil está ao alcance da vontade
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

O País vai bem, se considerados os indicadores macroeconômicos, o que significa perspectivas positivas para os negócios e para os investimentos, avaliação que, no entanto, não guarda relação com a efetiva movimentação da economia, não pelo menos nos níveis possíveis e necessários. A avaliação é de Wilson Brumer, executivo cujo curriculum registra passagens pelo comando de empresas do porte da Vale e da Usiminas, além de passagens igualmente destacadas na esfera pública, experiências relatadas em biografia que acaba de ser lançada. Ele tem o que dizer e sua fala pode ser de grande proveito para aqueles que buscam corrigir a trajetória do País.

Trata-se, no essencial, de entender porque o Brasil não repete, no presente, a trajetória ascendente que marcou a economia nos anos 70 e 80 do século passado, revelando-se incapaz de atrair investimentos que assegurem o crescimento da economia numa escala mais robusta. E Brumer, um nome tanto conhecido quanto respeitado, responde lembrando que embora os indicadores macroeconômicos indiquem perspectivas positivas, persistem dificuldades antigas e bem conhecidas como o elevado Custo Brasil, a insegurança jurídica e a enorme complexidade tributária, tudo isso demonstrando que o País é muito caro na perspectiva de investidores externos, que nas suas escolhas procuram segurança e menos problemas.

Uma visão realista, objetiva, mas que não impede que sejam enxergadas oportunidades e, nesse sentido, recomenda que o País seja mais ágil para não continuar perdendo oportunidades que estão ao seu alcance. “O Brasil tem condições de ampliar seus investimentos com modernização das plantas e atualização tecnológica. Não há porque não acreditar nos investimentos que estão sendo feitos. O aumento da capacidade produtiva deve levar em conta a visão geral do mercado”, resume.

Brumer lembra também que o País não pode continuar dividido, sem que seja capaz de discutir objetivamente seus problemas e com a velocidade que o mundo demanda. E este não é apenas um problema do Executivo e, independentemente de questões ideológicas, tem reflexos em outras esferas, como no Legislativo e no Judiciário, tudo isso implicando, entre outras questões cruciais, que não avancem as reformas estruturais. Resumindo, temos um caminho, temos potencialidades, mas temos também oportunidades que não estamos sabendo aproveitar.

Wilson Brumer, com sua experiência, sugere que seja essa a direção dos olhares daqueles brasileiros que desejam construir um futuro melhor e acreditam que este objetivo está ao alcance da vontade, da dedicação e da competência.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas