Editorial

Articulação entre governo e setor privado pode reduzir efeitos das tarifas de Trump

Presidente republicano vem anunciando ações drásticas até mesmo contra seus principais parceiros comerciais
Articulação entre governo e setor privado pode reduzir efeitos das tarifas de Trump
Foto: Carlos Barria / Reuters

Em mais uma tentativa de subjugar adversários e até mesmo parceiros históricos dos Estados Unidos, o presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu taxar em 25% as importações de aço e alumínio. A medida atinge em cheio o setor siderúrgico no Brasil, um dos principais fornecedores de aço semielaborado para aquele mercado. No entanto, uma ação rápida e coordenada do poder público e do setor privado poderá mitigar, ou até mesmo anular, os efeitos da medida.

O republicano vem anunciando ações drásticas até mesmo contra seus principais parceiros comerciais. Ao que tudo indica, a ação de Trump visa, em um primeiro momento, dar um susto e causar “pânico” no mercado para, posteriormente, iniciar negociações com o objetivo de fechar novos acordos com bases mais favoráveis aos Estados Unidos.

Em sua justificativa para incluir o Brasil entre os países que serão taxados, Trump dá a entender que nosso país é uma espécie de entreposto para o aço chinês entrar no mercado norte-americano. Essa informação é equivocada. O que chega da Ásia aos nossos portos são produtos siderúrgicos acabados que, em grande parte, são consumidos no mercado doméstico. Já as exportações brasileiras para os Estados Unidos são de semielaborados, como, por exemplo, placas, que são insumos para indústrias siderúrgicas instaladas em território norte-americano.

Informações divulgadas na imprensa indicam que tanto o governo federal quanto as indústrias produtoras de aço já perceberam que a ação de Trump é uma forma de o republicano “jogar para a torcida”. Com a medida drástica, ele quer mostrar ao seu eleitorado que está tentando substituir a importação pela produção em território norte-americano.

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No entanto, Trump sabe que os Estados Unidos continuarão a precisar de insumos produzidos em outros países, como é o caso do aço e do alumínio. Não à toa, ele deu um prazo até março para que as tarifas entrem em vigor. Certamente, a Casa Branca espera por negociações nesse período.

Governo e empresas precisam unir forças, além de buscar a ajuda de seus clientes nos Estados Unidos, uma vez que estes serão prejudicados pelo encarecimento dos custos produtivos. Também é essencial abrir uma negociação para fechar um acordo comercial e reduzir as barreiras anunciadas pelo presidente republicano.

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