Ataques injustos

Sem lugar a dúvida, a Localiza, que comemora seus 50 anos de atividades, tendo começado com uma frota de seis veículos que hoje se transformaram em mais de 500 mil, é uma empresa referência em Minas e no Brasil, além de reconhecida também internacionalmente. Resultados tão expressivos e assim reconhecidos não são, no mundo dos negócios, fruto do acaso e não existiriam sem um lastro muitíssimo bem construído, no qual a correção, aliada à visão do negócio, é um dos ativos essenciais. Estamos falando de fatos objetivos e não por acaso.

A empresa vê-se presentemente no centro de uma polêmica que não precisaria existir, que certamente não existe entre as pessoas bem informadas. Estamos falando de notícias recentes, dando conta de que a Localiza teria sido beneficiária de favores inapropriados da parte do governo de Minas e assim favorecida com redução das taxas de licenciamento, de 4% para 1% a que estão sujeitos os veículos que integram sua frota e que hoje somam, repetimos, mais de 500 mil unidades. Poder licenciar frota desse tamanho, de longe a maior existente no País, deveria ser, provavelmente é, sonho de qualquer gestor público. E sonho alcançado, claro, por quem tiver a melhor oferta.

Nesse caso em particular, embora a empresa tenha nascido e mantenha sua sede em Belo Horizonte, nem sempre foi assim. Observadores mais atentos certamente se lembrarão do tempo em que sua frota era emplacada em Curitiba, no Paraná. Simplesmente porque era de lá que vinha a melhor oferta, enquanto em Minas não faltaram os que apontaram o prejuízo que o Estado sofria. Elementarmente este é o ponto, a única questão que está em jogo e que, cabe acrescentar, também não é nada nova ou permita ilações de natureza política, conforme alguns maldosamente tentam fazer. E como se a história da Localiza pudesse ser assim ignorada.

A isenção, que, acreditamos, tenha sido apenas renovada agora e mais uma vez, é forma legítima de assegurar que essa enorme frota de veículos continue sendo registrada no Estado, com os ganhos consequentes. Prejuízos para os cofres mineiros poderiam ter existido, sim, se não tivesse havido o benefício fiscal, com toda certeza muito maiores que a suposta liberalidade apontada, o que aconteceu enquanto as políticas locais foram inflexíveis. Não por rigor excessivo mas talvez pela falta de elementar compreensão de que o que pode parecer perda à primeira vista adiante pode se revelar justo o contrário. Assim entendemos os fatos, da mesma forma que continuamos acreditando que a Localiza já provou que merece reconhecimento.