Editorial

Balanço positivo de empregos impacta a vida de milhões de brasileiros

No primeiro semestre, foram abertos 1,5 milhão de empregos com carteira assinada; alta de 26,21% em relação ao ano passado
Balanço positivo de empregos impacta a vida de milhões de brasileiros
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) informa que no mês de junho passado foram gerados 201.705 empregos formais no País, número que revela incremento de 28,31% na comparação com igual período do ano passado. No primeiro semestre, acrescenta o Caged, foram abertos 1,5 milhão de empregos com carteira assinada, ou alta de 26,21% em relação ao ano passado. Os resultados apresentados foram superiores às previsões, reforçando a expectativa do Ministério do Trabalho de que até dezembro possa ser registrada a criação de 2 milhões de empregos formais.

No período, a abertura de vagas foi liderada pelo setor de serviços, com saldo de 716.909 vagas e 55,14% do total. Na indústria o saldo foi de 242.314 vagas, lideradas pela produção de álcool, embalagens e material plástico, seguindo-se construção civil, com 180.779 vagas, e agropecuária com 73.809 vagas abertas. O maior número de contratações, conforme o esperado, ocorreu em São Paulo (379.242), Minas Gerais (162.139) e Paraná (109.913), com o registro negativo da redução de 5,15% na remuneração média.

Sobre o significado mais relevante desses números, as opiniões divergem, começando por alertas sobre possível impacto do aquecimento do mercado de trabalho na inflação, o que poderia condicionar futuras decisões do Banco Central com relação às taxas de juros. Na direção contrária, o próprio Ministério do Trabalho aponta que a evolução verificada reflete a recuperação da economia, com benefícios sociais relevantes, além de impacto na renda e no consumo interno. E na mesma linha a Fundação Getulio Vargas (FGV) assinala que, “apesar do mercado aquecido, ainda não há uma situação de pleno emprego que possa gerar efeito negativo para a economia”.

Esse debate, que poderia ser apontado como meramente acadêmico, tem também um tom político que deve ser percebido, trazendo de volta discussões sobre contracionismo ou expansionismo. E a quem ainda possa alimentar dúvidas a respeito, caberia apenas que a inversão da curva de desemprego não é dado que possa ser visto e tratado como algo bem próximo de uma abstração e sem que se considere seu real impacto nas vidas de milhões de indivíduos. Eis o ponto a considerar, tanto quanto o empenho na busca do pleno emprego, possivelmente a mais relevante garantia de que o País está retomando o crescimento e que este processo traduz, para além de números que possam ser impactantes, melhoria nas condições de vida de parcelas crescentes da população. E o que mais interessa ou deveria interessar.

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