Limite do absurdo: benefícios do Bolsa Família viram alvo da criminalidade

Benefícios pagos por conta do Bolsa Família representam o mais novo alvo da criminalidade e contas ainda superficiais dizem que o prejuízo pode ter alcançado a impressionante soma de R$ 16 milhões. Dinheiro retirado de pessoas muito próximas da situação de penúria e desviado de seu sustento básico. Pior ainda, insondáveis caminhos criminosos conseguem acessar contas dos beneficiários na Caixa Econômica Federal e realizam saques, na realidade limpeza completa, antes que o interessado se dê conta da rapina.
Uma situação que chega aos limites do absurdo, mas que não é isolada, mostrando a fragilidade de sistemas cibernéticos que se valem da mais moderna e sofisticada tecnologia, mas na prática parecem indefesos mesmo diante daqueles que no passado poderiam ser chamados de “ladrões de galinha”.
Cabe refletir a respeito e começando por lembrar que, não faz muito tempo, também os ataques do telemarketing pareciam incontroláveis, transformados em transtorno e inconveniência permanentes, principalmente para usuários da telefonia celular. Custou, mas os abusos foram contidos ou pelo menos reduzidos de forma efetiva. Agora os inconvenientes envolvem riscos bem maiores, com ligações que podem ter como alvo contas bancárias ou cartões de crédito quando não induzem, e forçam com os mais variados subterfúgios transferências via Pix. Caberia indagar, e só para começo de conversa, como os modernos vigaristas têm acesso a nomes e outros dados de correntistas, podendo espantosamente incluir até mesmo nomes de gerentes. Tudo afinal é possível quando ligações podem ser feitas diretamente de presídios, onde a autoridade parece ter dado como perdida a guerra contra o uso de telefones celulares.
Tanta facilidade e, por suposto, impunidade não são críveis e a ponta visível não parece ser o maior dos problemas. Caberia também indagar, e não apenas nestes casos, como e por que os bancos de dados, sejam públicos ou privados, são tão vulneráveis, não sendo injusto compará-los a peneiras. Tanta e tão sofisticada tecnologia para chegar a este tipo de resultado? Definitivamente, alguma coisa está muito errada, sobretudo a inércia de quem tem a obrigação de recolocar as coisas nos seus devidos lugares.
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Absolutamente, não cabe aceitar passivamente que este seja o preço a ser pago pelo aparente conforto e agilidade que a modernidade colocou ao alcance de muitos e muitos. Também não se pode aceitar que nada possa ser feito, que o acesso a informações críticas seja tão fácil e simples. Só falta mesmo saber o que tem a dizer os responsáveis. Irresponsáveis?
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