Editorial

BR 262: trecho vital para a economia e a segurança dos cidadãos ainda aguarda soluções

Dúvidas pairam em torno do trecho entre João Monlevade e a Grande Vitória, no Espírito Santo
BR 262: trecho vital para a economia e a segurança dos cidadãos ainda aguarda soluções
Concessão da BR-262 foi desmembrada do processo da BR-381, pois as características da rodovia elevaram os custos e aumentaram os riscos para a iniciativa privada | Crédito: Divulgação / Dnit

As esperadas obras no trecho norte da BR-381, conhecida como Rodovia da Morte, serão iniciadas hoje pela concessionária Nova 381. Este é, provavelmente, o fim de uma das maiores novelas envolvendo investimentos em infraestrutura no Estado. Porém, um “detalhe” parece que está passando desapercebido pelo poder público. Qual será a solução para a BR-262 entre João Monlevade e a Grande Vitória, no Espírito Santo?

Para conseguir encontrar um interessado na concessão da Rodovia da Morte, o governo federal decidiu retirar do projeto o trecho da BR-262 entre Minas e o Espírito Santo, mantendo somente o segmento da via entre Belo Horizonte e Governador Valadares (Vale do Rio Doce). O alto custo das intervenções necessárias na via estaria afastando interessados na operação.
Com as mudanças no contrato, deixando a BR-262 de fora, a BR-381 finalmente foi arrematada pela 4UM Investimentos (dona da Nova 381) em um leilão realizado no ano passado. A via receberá aportes da ordem de R$ 9,3 bilhões durante o contrato de 30 anos.

Para marcar o início deste importante projeto, um evento será realizado em Belo Oriente, no Vale do Rio Doce, com a presença dos ministros Renan Filho (Transportes) e do mineiro Alexandre Silveira (Minas e Energia) nesta quinta-feira (6).

O momento é de comemoração, mas deputados, prefeitos e o governo estadual precisam agir agora. O governo federal não pode ignorar um trecho tão vital para a economia e a segurança dos cidadãos. A rodovia é um importante corredor de mercadorias entre os dois estados. Além disso, é utilizada por milhares de turistas mineiros em busca das praias capixabas.
A situação precária da via resulta em aumento de custos logísticos para o setor produtivo. E o pior, vidas são perdidas por conta das más condições.

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No Espírito Santo, o governo incluiu as obras de duplicação entre a Grande Vitória e a divisa com Minas na repactuação do Acordo de Mariana, que visa reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, da Samarco. Somente este segmento receberá um aporte de R$ 2,3 bilhões. Já o trecho mineiro não foi incluindo neste acordo, uma vez que o governo estadual optou por usar os recursos em regiões diretamente atingidas pela tragédia.

Desta forma, é preciso um trabalho conjunto da classe política e entidades do setor produtivo para que propostas para este trecho sejam apresentadas. A BR-262 não pode continuar sendo ignorada. É hora de cobrar do governo federal um plano de obras concreto para garantir segurança e desenvolvimento para Minas Gerais e Espírito Santo.

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