Brasil marca terreno em reservas na corrida por minerais críticos e estratégicos

Em meio ao tiroteio patrocinado pelo presidente Donald Trump, com ataques que se multiplicaram sem que parecessem ter direção precisa na ânsia de devolver aos Estados Unidos seu protagonismo ameaçado, surgiram mais recentemente referências às reservas de minerais críticos e estratégicos existentes no Brasil. Cabe lembrar que neste contexto também a Ucrânia e a Groenlândia estiveram na mira, além do Canadá. Nessa movimentação, fica claro que os interesses mudaram, que novas tecnologias, especialmente aquelas que têm suporte na eletrônica e são voltadas para o campo militar, criaram novas necessidades de abastecimento crítico, como terras-raras, nióbio, titânio, manganês e outros.
Mudam os interesses, mudam consequentemente as prioridades e os alvos, numa escalada que já não parece disfarçada. Ao contrário, explicitamente assumida pelos países ricos e hegemônicos, não apenas os Estados Unidos, que colocam seus interesses acima das barreiras convencionais, políticas e territoriais. Assim, o que poderia estar surgindo como oportunidade para os países detentores de reservas destes minerais, um mercado estimado, até 2030, como de pelo menos US$ 120 bilhões, acaba se transformando em ameaça. Algo que na essência pode não ser muito diferente do que aconteceu com a tristemente famosa “maldição do petróleo”. Igualmente devem vir à lembrança a cogitada internacionalização da Amazônia, discussão antiga e mais recentemente camuflada com presumidas preocupações ambientais. Tudo às claras, sem disfarces e sem limites, conforme sugerem discussões mais atuais sobre o que seria “direito” de acesso justamente aos minerais críticos e estratégicos.
Ainda no rol das formalidades ou do balé próprio destes momentos, o governo brasileiro, pela voz do presidente da República, já cuidou de lembrar que o País não aceita ser palco de uma corrida predatória pelo acesso a minerais críticos, buscando também parcerias no desenvolvimento das cadeias produtivas, entendendo-as como busca de benefícios mútuos, sem espaço para disputas geopolíticas. Estamos afinal falando de bom senso e de equilíbrio, mas igualmente oportunamente marcando o terreno diante daqueles que sem pudor dizem que suas necessidades serão atendidas de uma forma ou de outra.
Tudo isso para deixar claro que somos capazes de perceber que pode estar se formando, por conta precisamente dos países ricos e industrializados, uma nova onda que bem pode ser confundida pura e simplesmente como expressão de uma nova aventura do neocolonialismo.
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