Caminho para escoamento de minério está traçado, só falta segui-lo

Diante do Ministério Público e com um certo entusiasmo, o Grupo Executivo criado para levar adiante projetos alternativos à BR-040, no trecho entre Itabirito e Conselheiro Lafaiete, para transporte de minério de ferro, anunciou o que pode ser tomado como passo à frente. Trata-se da associação à Vale de mineradoras que atuam no Quadrilátero Ferrífero para uso comum do trecho rodoviário de 24 quilômetros que liga a Mina do Pico à Mina de Fábrica, na região de Congonhas do Campo. Será um desafogo para os caminhões carregados de minério cheguem aos terminais ferroviários sem as inconveniências representadas pelo trânsito pela BR- 040, movimento que, estima-se, poderá ser reduzido em, pelo menos, 600 viagens-dia, conforme este jornal já informou.
Não será nada exagerado lembrar que as condições de tráfego na BR-040 representam verdadeira aberração. O trecho entre Belo Horizonte e Lafaiete, pavimentado nos anos 60 do século passado e coincidindo com a inauguração de Brasília, não tem condições de suportar, com mínimas condições de segurança para os usuários, o movimento atual. São múltiplos problemas, mas sem lugar a dúvida, o maior deles é precisamente o tráfego de carretas transportando minério de ferro. Algo que nunca constou dos planos de quem projetou e de quem construiu a antiga BR-03 e que, passados tantos anos e adotado o regime de concessão, sequer completou a tão desejada e necessária duplicação das pistas.
Estamos diante de mais uma daquelas situações que não há como compreender e menos ainda como aceitar. Porque os inconvenientes agora, mais uma vez apontados, poderiam já ter sido removidos e isto faz tempo. Ainda por conta da antiga Companhia Vale do Rio Doce, foi proposta a construção de via paralela à BR-040 exclusivamente para o trânsito, até Lafaiete quando necessário, das carretas carregadas de minério, tudo realizado e operado pela própria mineradora. Mas a ideia não avançou, ao que se sabe por conta do excesso de zelo de entidades ambientalistas, que enxergaram a possibilidade de danos ao meio ambiente, mas foram incapazes de perceber os riscos – traduzidos no extremo à perda de vidas – para os usuários.
Assim ficou o dito pelo não dito, numa escalada que agora se percebe insustentável, enquanto perdas econômicas também prosseguem sendo contabilizadas. Eis a importância do trabalho conduzido pelo Grupo Executivo aludido no início desse comentário. Só faltaria lembrar a seus membros que a melhor rota está traçada, faltando apenas segui-la.
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