Editorial

O cenário alarmante

O cenário alarmante
Crédito: Evelyn Hockstein / Reuters

Queiram ou não, independentemente das preferências políticas de cada um, é fato que a eleição nos Estados Unidos em novembro próximo tem importância decisiva para todo o planeta. Uma primeira constatação que leva a outras bastante preocupantes, considerada a situação que se apresenta neste momento. Dos candidatos que se apresentam, alguns independentes e de nenhuma expressão, tudo permite concluir que a decisão ficará entre o ex-presidente Donald Trump, representando o Partido Republicano, e o atual presidente Joe Biden, que deve disputar um segundo mandato pela legenda democrata. Pesquisas de opinião mais recentes dão ligeira vantagem ao republicano.

O que hoje parece provável pode estar bem distante da realidade no dia da votação, no mês de novembro. Sob Trump pesam, objetivamente, processos judiciais em andamento e algumas condenações, a mais recente delas, com multa de centenas de milhões de dólares, por irregularidades em suas empresas. Pesa também a questão da fracassada tentativa de invasão do Congresso, por ele estimulada, quando de forma inédita os Estados Unidos estiveram bem próximos de um golpe nos moldes daqueles que eram usuais nas ditas “repúblicas de bananas”. Assuntos tão graves que podem inviabilizar ou mesmo barrar sua candidatura.

Joe Biden, por seu turno, está visivelmente enfraquecido, tanto na política quanto pessoalmente, com seus 81 anos – que lhe conferem o título de o mais velho entre todos os presidentes americanos – pesando a ponto de fazê-lo confundir os presidentes do Egito e do México, além de inúmeras outras gafes e do andar trôpego que já não pode ser disfarçado. Repetindo, se algum fato novo não surgir, e pode surgir, a partir do próximo ano o destino do planeta, da humanidade, estará nas mãos de um desses dois senhores.

Conclusão um tanto preocupante e sem que para isso seja preciso lembrar que quem ocupa a cadeira principal no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, tem acesso ao botão vermelho, que, se acionado, tem poder para decretar o fim do mundo. Para o país que se coloca, institucionalmente pelo menos, acima do bem e do mal e que continua e massiva propaganda tenta transformar em algo como a consciência universal, é uma perspectiva pobre, paupérrima, além de sombria.

Ao planeta e seus habitantes cabe somente esperar, diante da perspectiva que hoje se apresenta, que alguma coisa melhor aconteça, salvando as aparências e algo mais para o país que se apresenta como modelo político e dono dos melhores valores.

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