Cidade do ‘sim’: Belo Horizonte quer atrair empreendedores

O prefeito Álvaro Damião entende que Belo Horizonte ficou conhecida como a cidade do não, condição que tem comprometido investimentos e negócios, implicando em atraso. Ele quer mudar, atrair empreendedores, para os quais promete estender tapete vermelho, atendendo com igual cuidado quem tem negócios na cidade e deseja crescer. E assim fazer da capital mineira a “cidade do sim”, aberta ao progresso, às boas ideias, capaz de voltar a disputar o protagonismo hoje reservado a São Paulo e Rio de Janeiro.
Foi o que o novo prefeito anunciou na sexta-feira (27) durante café da manhã compartilhado com diretores da Associação Comercial de Minas e outras lideranças empresariais. Damião disse também que tem consciência dos problemas da cidade, das demandas da população e dos empresários particularmente, tendo se ocupado nestes primeiros meses de gestão de conhecê-los mais de perto, escutando diretamente as demandas que chegam à PBH e dizendo-se disposto a estabelecer linha direta e aberta com todos que tenham cobranças a fazer ou sugestões a apresentar. Exatamente como fez a Associação Comercial ao cobrar, na ocasião, que a revitalização do hipercentro seja, afinal, mais que apenas uma boa ideia.
Tudo, segundo o prefeito, para que a cidade em que nasceu e disse conhecer muito bem enfrente e desobstrua os gargalos que impedem seu pleno desenvolvimento. Em síntese, fazendo-a melhor para seus habitantes e mais atraente para os que venham de fora. Quem teve oportunidade de ouvir o prefeito possivelmente ficou bem impressionado, mas deve também ter percebido que ele ainda não teve oportunidade de conhecer uma das feridas abertas de Belo Horizonte. Precisamente da avenida Pasteur, localizada na sensível área hospitalar e colada ao hipercentro, transformada nos últimos anos em abrigo de catadores de lixo urbano, que fizeram do local também depósito e centro de distribuição. Tudo com evidentes e gravíssimos prejuízos para empresários e profissionais liberais que atuam no local e proximidades, além evidentemente dos moradores, com inconvenientes muito bem conhecidos.
Para a Prefeitura e, mais amplamente, para o poder público, completa e absoluta vergonha. Para o prefeito Álvaro Damião, particularmente depois de suas declarações aos empresários representados pela Associação Comercial, situação que não pode continuar sendo ignorada e entendida como nódoas que fazem parte do espaço urbano. O mínimo que se pode esperar é que o prefeito visite o local, tire suas conclusões e faça o que já deveria ter sido feito há bastante tempo. Só não dá para fingir que não sabe ou não viu.
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