Editorial

Como a BH Airport mudou o destino do Aeroporto de Confins e do Vetor Norte

Em plena operação, Confins se transformou em importante hub para a aviação doméstica
Como a BH Airport mudou o destino do Aeroporto de Confins e do Vetor Norte
Crédito: Divulgação BH Airport

O Aeroporto de Confins, construído por conta das limitações técnicas e operacionais que desaconselhavam a expansão do Aeroporto da Pampulha, foi erguido também por conta de exigências de organismos internacionais de aviação que entendiam, à época, ser necessária a existência de alternativa para os voos que, originários da Europa, tinham como destino o Rio de Janeiro ou São Paulo. Os aviões que faziam estas rotas chegavam ao seu destino com níveis críticos de combustível, daí a necessidade de uma alternativa para pouso em caso, por exemplo, de mau tempo. Essa necessidade e mais pressões locais deram prumo ao projeto que, adiante, parcialmente concluído, chegou a ser dado como inviável, por falta de demanda e assim quase abandonado. Cogitou-se, inclusive, em transformar as construções existentes em algo como um shopping center.

As más previsões felizmente não se confirmaram e hoje, em plena operação, Confins se transformou em importante hub para a aviação doméstica, está entre os mais movimentados aeroportos do País, além de ostentar padrões de qualidade operacional que o situam entre os melhores do mundo, conforme avaliações técnicas externas. Em síntese, um daqueles casos em que a privatização foi, efetivamente, algo como poderosa alavanca para o sucesso. São as credenciais que permitem à concessionária BH Airport anunciar agora mais um importante passo no rumo da consolidação do empreendimento, dando concretude ao antigo projeto de transformar Confins com o conceito de aeroporto-cidade, ou aeroporto-indústria, com desenvolvimento imobiliário de seu entorno e investimento previsto de R$ 1,8 bilhão.

Com recomendável prudência, a concessionária informou ao Diário do Comércio que são, por enquanto, apenas estudos, porém já em fase de conclusão e possível aprovação, o que deve ser confirmado ainda neste ano. Ganha forma, portanto, projeto antigo e destinado ao melhor aproveitamento do entorno do aeroporto, com desenvolvimento imobiliário e atração de indústrias de ponta, alta tecnologia, cujas atividades seriam favorecidas pelas facilidades do próprio aeroporto, inclusive aquelas de natureza alfandegária.

Cabe festejar e muito mais que a geração de 5 mil empregos diretos na região. Cumpre-se, finalmente, o destino do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde pode estar surgindo um novo polo de desenvolvimento, com potencial para modificar, para melhor, a própria economia estadual. Cabe esperar que o projeto avance e que contemple substanciais melhorias também no acesso à área de Confins, tornando realidade o acesso sobre trilhos, igualmente cogitado no passado e abandonado quando o futuro de Confins parecia incerto e bem distante do sucesso já alcançado.

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