A corrida contra o tempo para a construção da Rodovia do Minério

Uma velha questão, do mais relevante interesse para o Estado, parece finalmente caminhando no rumo da solução. Estamos falando da BR-040, no trecho entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete, transformado numa espécie de via exclusiva para movimentação de carretas que transportam minério de ferro, com todas as consequências indesejadas. Projetada na década de 50 no século passado e inaugurada em 1960, a antiga BR-03 é a principal ligação rodoviária entre Rio de Janeiro e Brasília, passando por Belo Horizonte, transportando passageiros e cargas entre os dois pontos. Muita coisa aconteceu, muita coisa mudou nestes 60 anos.
Objetivamente, o que interessa anotar nesse momento foi o incremento da extração mineral no chamado Quadrilátero Ferrífero, um processo que não foi adequadamente acompanhado pela infraestrutura de transportes. Assim a rodovia, que foi também uma das peças do Brasil Moderno desenhado por JK, chegou aos dias atuais com uso para o qual não foi projetado e uma tarefa que não tem como se ocupar. De tudo isso, a consequência mais relevante é que o trecho se transformou num dos mais perigosos, com mais altos índices de acidentes na malha rodoviária nacional.
Para responder aos desafios colocados, autoridades estaduais, Ministério Público e empresas mineradoras firmaram esta semana um acordo para levar à construção da Rodovia do Minério, com investimentos previstos de R$ 300 milhões. Sobretudo, com a promessa e o compromisso de que dentro de um ano e meio, dezembro de 2024, portanto, carretas transportando minério não mais circularão pelas BRs 040 e 356. Uma espécie de corrida contra o tempo cuja primeira marca será o dia 28 de novembro próximo, data em que o projeto estará pronto e entregue. Além da construção da nova rodovia, foram definidas ações de melhoria no traçado atual, com intervenções emergenciais envolvendo fiscalização, recapeamento, limpeza e mais apoio aos veículos de carga e seus condutores.
Estamos falando, lembrarão os leitores mais atentos, de providências que já foram reclamadas e cobradas nesse mesmo espaço. E devemos acrescentar, por oportuno, que na movimentação agora relatada não pode deixar de ser percebida a ausência de representantes das áreas ambientais. Para acrescentar que as mineradoras que operam na região, Vale à frente, propuseram a mais de uma década exatamente o mesmo tipo de solução, uma via exclusiva para o transporte de minério correndo paralela à BR-040. Ideia que não prosperou justamente porque esbarrou em questões ambientais que não foram superadas. Fica o alerta.
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