Crescer fica mais difícil

O presidente Lula chegou ao poder prometendo devolver ao País condições de crescimento sustentado.
O tempo vai passando e, mesmo que alguns resultados positivos possam ser contabilizados, parecemos ainda distante de qualquer coisa que esteja mais perto do ideal, no sentido mais verdadeiro de devolver confiança e tranquilidade a quem emprega, produz e recolhe impostos, gerando riquezas que adiante sejam percebidas num futuro melhor. Para empresários, para investidores, trata-se essencialmente de demolir o tal custo Brasil, do qual pouco se fala na atualidade, além de oferecer estabilidade, previsibilidade e segurança jurídica no ambiente dos negócios. Não parece muito para a conclusão de que este é objetivo que continua distante, fora dos radares até.
Exemplos recentes sustentam tal avaliação. O que o País procura, ou deveria estar procurando, corresponderia a esforços mais consistentes para alavancar a economia, algo que demanda confiança da parte de investidores, resultando na tão esperada quanto desejada mudança de patamar. Verdades conhecidas e vontade que ninguém negaria, pelo menos não aqueles que carregam o fardo de governar e as promessas de mudanças que poderiam vir mais rapidamente, fazendo da prosperidade, da efetiva redução da pobreza, algo mais que apenas uma miragem ou promessas que derretem depois que passam as eleições.
Como afinal pensar diferente quando é anunciado que o Executivo federal promete vetar decisão do Legislativo que mantinha a desoneração parcial da folha de pagamentos justamente para os setores que geram mais empregos? Onde ficaria, diante desse exemplo, a vontade de acertar, criando condições objetivas para a consolidação dos negócios que anteciparia a retomada do crescimento em bases mais consistentes? Ou, numa escala menor, mas também expressiva, como aceitar que tutela indevida sobre os negócios volte a ganhar força, caso da tentativa de restringir horário de funcionamento do comércio, especialmente em feriados, mesmo que seja conhecido o impacto negativo desse retrocesso em toda a cadeia econômica?
Definitivamente, liberdade de empreender, num ambiente de segurança jurídica, com normas fundamentadas e estáveis, não pode ser apenas retórica, muito menos ingrediente para rasteira demagogia. Como não perceber, afinal, que os supostos beneficiários dessas mudanças acabarão sendo também prejudicados?
Ficam no ar essas indagações ou, antes, o necessário alerta àqueles que ainda possam acreditar que estes movimentos possam resultar em qualquer coisa boa.
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