Editorial

Crescimento da economia no Brasil não pode ser problema, é solução

Variação do Produto Interno Bruto (PIB) tem mostrado bons números
Crescimento da economia no Brasil não pode ser problema, é solução
Crédito: Marcos Santos/USP Imagens

Deveria ser para comemorar, para soltar foguetes, mas acaba sendo um novo problema, daqueles que pelo menos nas aparências faz muita gente perder o sono. Acontece que a economia brasileira anda bem, se avaliada pela variação do Produto Interno Bruto (PIB), que mede toda a produção acumulada no País.

Depois de patinar durante bom tempo, nos últimos três anos a expansão rondou os 3%, cresceu pouco mais em 2024 e os doutores, diante daquilo que consideram pressões indesejadas, dizem até que como espécie de estopim para acordar o dragão da inflação, mandaram pisar no freio. E vem fazendo isso desde setembro passado, utilizando o único remédio que conhecem. Aí está a escalada nos juros, com a tal Selic ou taxa média batendo nos 14,25%.

Pisar no freio parece e pode ser teimosia quando a decisão é isolada, singular. E faz pensar, não com as palavras difíceis dos doutores, que complicam por uma questão de valorização própria, para aparecerem como os grandes sábios, para dificultar, impedir a compreensão de questões cada dia que passa mais nebulosas. Que o digam os empresários, a maioria deles, que não encontra espaço para respirar, sufocados pelos juros que não têm como pagar, que já reduziram muitos negócios a pó.

Mas os magos, com apoio do mercado que não tem cara nem endereço, mandam pisar no freio. Um tanto curioso, principalmente se alguém perguntar, por exemplo, a um industrial se faria o mesmo se seus negócios estivessem a pleno vapor e sem dar conta das encomendas. Quem acreditar, comprar máquinas e crescer estará indo em frente e quem pisar no freio fatalmente entrará em marcha à ré. Deveria ser diferente com um país entendido não como algo abstrato e sim, simplesmente, como a soma de todas as empresas, de todos os negócios, de todas as atividades econômicas?

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Crescer, dar velocidade às rodas da economia, não pode ser problema, é solução, razão bastante para que os indicadores do Índice de Atividade Econômica, o tal IBC-Br, espécie de prévia do PIB e relativo ao mês de janeiro, há pouco conhecido, e para os quais era esperada estabilidade ou baixa, vieram positivos, com avanço de 0,89%. Com crescimento, anualizado, considerados os doze meses anteriores, chegou aos 3,58%. Quem produz e de fato faz a economia girar comemora, lembrando que crescer é exatamente o propósito e apimentando o debate cuidando de lembrar que se o remédio fosse bom mesmo o doente estaria curado há muito tempo.

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