Editorial

Crescimento sustentável

Crescimento sustentável
Crédito: Freepik

O agronegócio no País vive um novo patamar. Para reportar apenas um número, a estimativa da pesquisa Projeções do Agronegócio, desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é que a produção agrícola cresça mais de 20% até 2030. Nesse cenário favorável, o setor já despertou para questões que vão além do desempenho meramente econômico. A atenção agora tem que ser voltada para o desenvolvimento de práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva e, assim, busca-se a perenidade dos negócios. O desenvolvimento sustentável passou de um “ponto opcional” para uma agenda obrigatória. Se não for assim, perde-se “o bonde da história”.

No que diz respeito às práticas regenerativas no campo, o produtor de leite hoje, por exemplo, além de ser bom pecuarista, precisa também ser bom agricultor para produzir alimento para seu próprio rebanho.

Gigante da indústria láctea já criou no País certificações próprias e classifica fazendas em bronze, prata e ouro de acordo com as práticas de bem-estar animal e maior sustentabilidade. É um círculo virtuoso.

Técnicos agropecuários da empresa auxiliam produtores, que investem em áreas mais agradáveis para os animais e em manejo sustentável do solo. Alguns exemplos de boas práticas: o rebanho tem direito a banhos de esguicho em áreas cobertas dotadas de potentes ventiladores e pastam também livremente embaixo de árvores que fornecem muita sombra. A “seu bel prazer”. Ou seja, o rebanho é que “decide” o que quer. E tudo já resulta em aumento da produtividade de leite.

Dentre outras práticas já empregadas em fazendas da região do Alto Paranaíba, aqui em Minas, está o uso de dejetos bovinos como adubo natural. Mas o produto é resultado de tratamento e reciclagem desses dejetos gerados pelo rebanho. O que anteriormente era problema – o pecuarista precisa fazer a correta destinação e tratamento dos dejetos – hoje é fonte de adubo natural produzido na propriedade rural. E que é usado nas lavouras, que vão produzir o alimento para os animais. Há também cuidados com o solo. Na agricultura regenerativa, o plantio não inclui revolvê-lo, conservando, assim, os nutrientes, a umidade e a biodiversidade. Tudo em nome de um leite de maior qualidade.

O resultado? Melhor remuneração para o produto que chega às indústrias lácteas. Todos ganham: o pecuarista tem maior rentabilidade, as empresas cumprem com compromissos de sustentabilidade e descarbonização – está aí a Agenda 2030 da ONU, a qual indústrias são signatárias – e o consumidor, o elo final da cadeia, tem um leite mais saudável. É esse o caminho global.

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