Editorial

Desenho do futuro

Decisão sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas mostra que é possível conciliar crescimento econômico com preservação ambiental
Desenho do futuro
Crédito: Cezar Fernandes/ Agência Brasil

Demorou, um tempo precioso foi perdido, mas afinal o bom senso prevaleceu. Estamos falando da liberação de prospecções de petróleo na Foz do Amazonas, em área já apontada como o novo pré-sal brasileiro, com reservas com capacidade de dobrar, ou até mais, o volume de petróleo disponível em território brasileiro. São seguras as indicações a respeito, baseadas tanto em avaliações já realizadas quanto em ocorrências confirmadas, em pleno processo de extração na Guiana Francesa.

Para ambientalistas, alguns deles críticos severos da liberação afinal consumada, o ideal de um santuário intocado deveria prevalecer sobre outros interesses, o que afinal não aconteceu. Ressalte-se, no entanto, que a autorização reclamada pela Petrobras e afinal concedida implica no compromisso severo de atendimento a normas de resguardo ambiental. Algo que, não será demasiado recordar, está implícito nas atividades em andamento na Bacia de Campos, onde o sucesso e pioneirismo da empresa são amplamente reconhecidos e não há relatos de um único incidente de impacto ambiental relevante.

Não há porque esperar que possa ser diferente agora. Bem ao contrário, a estatal chega ao Norte do País com know-how e experiência acumuladas para tranquilizar os que ainda estão preocupados e estimular os que enxergam nas atividades que em breve estarão em andamento oportunidade para que o Norte brasileiro redesenhe seu futuro, encontrando no petróleo a riqueza transformadora, inclusive para que sejam alcançados também ganhos ambientais que possam ser traduzidos em melhores condições de trabalho e vida para todos os habitantes da região.

O Brasil, que graças ao pré-sal conseguiu, para além do desenvolvimento de tecnologia única para prospecção e extração de petróleo em águas profundas, elevar a produção de óleo, conforme dados do mês de julho passado, 3,9 milhões de barris/dia, volume que corresponde à autossuficiência e mais um grande volume excedente para exportação, a partir de agora começa a caminhar para um outro patamar. Para figurar, com destaque ainda maior, no seleto grupo dos principais produtores mundiais. Quem sabe para fazer do petróleo a chave capaz de abrir ao País a porta de um lugar entre as economias mais desenvolvidas do planeta.

Eis o significado da decisão agora confirmada pela licença de operação da Petrobras em águas profundas na Foz do Amazonas para confirmar que é possível conciliar crescimento econômico com preservação ambiental, num contexto em que os frutos dessa atividade fortaleçam a economia da região, assim como a soberania nacional.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas