Editorial

Economia brasileira segue rota positiva, mas mercado freia luta contra a desigualdade

O viés político e a torcida do quanto pior melhor prejudicam o que de fato poderia ser um projeto para o País
Economia brasileira segue rota positiva, mas mercado freia luta contra a desigualdade
Crédito: Reprodução Adobe Stock

Ao observador isento ou, antes, ao observador cujo foco de interesse esteja de fato sintonizado e plenamente identificado com o interesse nacional, a economia brasileira tem avançado positivamente. Não tanto quanto o desejável e o necessário, ainda com falhas gritantes e por corrigir, mas certamente numa rota positiva.

Disso, o melhor exemplo pode ser recolhido na expansão da oferta de empregos formais, assim como na redução do desemprego aos menores níveis históricos. Contam, igualmente, os fundamentos da economia, se correta e imparcialmente avaliados, o que absolutamente não tem sido comum, prevalecendo claramente o viés político, a torcida do quanto pior melhor, desde que isto possa significar oportunidades e ganho de espaço por ambição, muito longe de mérito ou da construção de um projeto para o País.

Claramente uma triste sina aquela que tem impedido que o futuro, entendido como marco de superação de limitações e dificuldades que genericamente podem ser chamadas de atraso, desigualdade ou miséria, fique mais próximo do presente, da realidade.

São questões que nos ocorrem a propósito de notícias recentes, dando conta de que pesquisas indicariam que 90% do “mercado” condena a atual política econômica. Definitivamente não nos parece crível que seja este o verdadeiro entendimento prevalente do comércio, da indústria e do agronegócio. Tampouco do setor financeiro que, objetivamente, está muito distante de poder reclamar de seu desempenho ou ganhos, mantidos muito além da media mundial.

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Este “mercado” sem cara e sem endereço, na realidade, ganha ventos de poder e força porque é escorado numa bem montada máquina de propaganda, além de contar com fortíssimo e bem articulado lobby. E tenta fazer crer que serve aos melhores interesses do País quando, na prática, faz precisamente o contrário, podendo, sim, servir a especuladores, que sobrevivem e se fartam apenas e exclusivamente de juros abusivos e ganhos financeiros. Em nada, efetivamente, contribuem para a produção, para a geração de empregos e de renda tal como fazem agricultores, industriais, fazendeiros ou mesmo o sistema bancário e financeiro que lhes oferece suporte. Esta não é por certo a face verdadeira do tal “mercado” que, sem sair das brumas, tenta se apresentar como senhor de tudo e de todos, árbitro acima do bem e do mal.

Tudo talvez apenas para confundir, para retirar o foco da realidade, assim preservando seus ganhos, vantagens e espaços. Tudo distante da realidade ou do que possa ser entendido como parte dos melhores interesses do Brasil e dos brasileiros. Para piorar, distante também dos bons manuais da economia, ciência que também acaba agredida.

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