Editorial

EDITORIAL | O futuro mais perto

EDITORIAL | O futuro mais perto
Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Contrariando previsões mais alarmistas, fundamentadas, ou distorcidas, pela sobreposição de questões políticas, a economia brasileira chega à segunda metade do ano com indicativos que geram otimismo em relação ao futuro imediato. São fatos e não projeções, cabendo destacar a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que se mantém além das expectativas e pode chegar ao final do ano registrando alta além dos 2%.

Consideradas as incertezas geradas pela transição de governos e, sobretudo, pelo impacto político do resultado da votação de outubro, são resultados bastante auspiciosos e a comemorar. O mesmo pode ser dito com relação ao comportamento da inflação, em que os riscos de uma escalada estiveram presentes e apontados como capazes de deteriorar todos os demais macroindicadores. Não aconteceu e as projeções mais recentes do Banco Central indicam que o acumulado de 12 meses, que até maio passado somava 3,94%, poderá ficar em 5,06% no ano, também abaixo do previsto, mas além do teto da meta de 3,25%.

Somam-se aos dados estruturais a percepção de que a fase mais difícil das turbulências políticas vai sendo superada, num processo de acomodação que também parece contrariar previsões pouco otimistas. Algo fundamental para que também vá se modificando a percepção do Brasil no exterior, em que a atuação do presidente Lula tem sido determinante, assim como a paulatina recuperação do espaço diplomático, em que o governo anterior foi bastante inábil. Nesse sentido, um dos pontos cruciais sem lugar a dúvida é a reconstrução da imagem do País com relação à questão ambiental, ensejando inclusive grandes oportunidades de investimentos na Amazônia. Recuperar este espaço é um dos pressupostos para que sejam alavancados também negócios em geral, sejam investimentos nas suas diversas formas, seja no campo do comércio internacional.

Cabe agora esperar, desejar e trabalhar para que os resultados alcançados, que são antes de tudo evidência da insuspeita vitalidade da nação brasileira, ajudem a apagar as chamas da intolerância e promovam a reconciliação, não deixando espaços para extremismos de qualquer coloração. Trata-se, e bem ao contrário, de saber fazer dessa força vital o melhor ponto de apoio para a convergência em torno dos grandes objetivos nacionais. Ou saber dar sentido a tudo aquilo que diferencia o Brasil para melhor, vantagens competitivas, robustas o suficiente para que o País caminhe com mais velocidade na direção do crescimento sustentado, da prosperidade que venha acompanhada de menos desigualdades. Sim, é possível e está ao alcance exclusivamente da nossa vontade.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas