Editorial

Educação de qualidade é pilar do desenvolvimento econômico da China

A economia chinesa foi palco, ao longo de três décadas, de uma transformações sem paralelo
Educação de qualidade é pilar do desenvolvimento econômico da China
Foto: Sam Balye / Unsplash

As referências à educação de qualidade como pilar dos processos bem-sucedidos de construção social e econômica são bastante comuns, não havendo quem delas discorde. Não é diferente no Brasil, onde, independentemente das preferências políticas, todos parecem, pelo menos na teoria, apontar o mesmo caminho. Um discurso fácil e bonito, de absoluta conveniência, mas que ainda guarda distância da realidade se considerados o caminho a ser trilhado e os obstáculos a superar.

Dentre muitos exemplos que ilustrariam o que foi dito acima, um deles, mais recente, é eloquente. Estamos falando de dados relativos à formação de engenheiros no País e do anúncio de que entre os anos de 2014 e 2023 o número de profissionais formados, em nível superior, na área encolheu de 469 mil para 358 mil. As demandas na área, num contexto de franca recuperação da economia, não poderiam ser atendidas, mantido este processo involutivo cuja natureza, causas e consequências permanecem nas brumas. E se dúvidas pudessem existir com relação ao assunto – e sua relevância é evidente – caberia acrescentar que a cada ano são formados na China pelo menos 450 mil engenheiros. Um número maior que o total de graduados em nível superior nos Estados Unidos e no mesmo espaço de tempo.

A economia chinesa, já bem próxima de alcançar a posição de maior do mundo, foi palco, ao longo de três décadas, de transformações sem paralelo, alcançando ritmo que tem surpreendido o planeta. O suporte de todo este processo, na ponta, tem sido exatamente os padrões de educação alcançados pelo país, com desdobramentos evidentes também na ciência e tecnologia em que foram alcançados em pouco tempo padrões que hoje representam a dianteira mesmo na comparação com países como os próprios Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha.

Ao Brasil, onde também tem sido bastante comum lembrar que a economia poderia, há apenas 50 anos, ser comparada à Coreia do Sul em termos de tamanho, cabe retirar desses fatos as devidas lições. E não nos discursos, nas avaliações simplistas, e sim na impulsão de ações verdadeiramente transformadoras, a começar precisamente da educação. Nesse sentido, os dados relativos à formação de engenheiros falam mais alto que quaisquer outros argumentos que possam ser alinhados agora.

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Falta compreender o que acontece, falta transformar perplexidade em ação e movimento, replicando experiências bem-sucedidas que apontam o caminho.

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