No rumo do Educação: por que o Brasil do futuro deve passar, de forma acelerada, da teoria à prática

A população analfabeta no Brasil soma, conforme os mais recentes levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11,4 milhões de indivíduos com idade igual ou superior a 15 anos. Este número, evidentemente longe do desejável, corresponde a 7% da população e exibe também avanço que merece ser ressaltado. Segundo o mesmo IBGE, no ano de 1940 os brasileiros analfabetos correspondiam a 56% da população. Assim, ressaltar o avanço significa também entender que é preciso e é possível fazer mais, em primeiro lugar para incluir estes 11,4 milhões de brasileiros em padrões mínimos de cidadania. Segundo, para enxergar que é preciso fazer mais, muitíssimo mais pela educação no País.
Um país que diz entender que educação representa exatamente a base e o princípio de todas as transformações que elevam as condições sociais e econômicas da população precisa, e urgentemente, entender que o discurso bonito não é nada além disso. Pouco ou nada adianta reconhecer que o problema existe ou que nele está a verdadeira chave das transformações desejáveis. Não faz sentido lembrar, como insistentemente é feito, que há poucas décadas a condição econômica da Coreia era comparável à brasileira e que as mudanças subsequentes têm relação direta com um bem- sucedido programa de universalização da educação básica. Enxergar o caminho, conhecer a direção, absolutamente não é o mesmo que o percorrer.
No Brasil, educação continua sendo tema preferencial de políticos que sobem nos palanques à procura de votos. Ênfase oportunista que absolutamente não se reflete na realidade que não transforma as escolas, que não transforma e valoriza os professores e assim não produz os resultados desejáveis na ponta. O acesso à educação de qualidade, aquela que poderia ser efetivamente transformadora, prossegue não sendo universal conforme está escrito na Constituição do País. Todos têm direito, em tese, mas as portas continuam fechadas e as que se encontram abertas não oferecem o necessário. Eis porque os indicadores a respeito, bem como as comparações com países mais adiantados, nos deixam para trás. E de longe.
Sim, evoluímos na comparação agora lembrada pelo IBGE. Parece muito, mas na realidade continua sendo muito pouco pelo menos enquanto imaginarmos que são possíveis comparações com a Coreia ou tomar aquele país como exemplo. O Brasil que tenta se colocar no futuro, que um dia se imaginou integrante do dito Primeiro Mundo, deve, em regime acelerado, passar, no que toca à educação, da teoria à prática. Ou o futuro continuará sendo apenas uma possibilidade.
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