Editorial

Enquanto o preço dos alimentos sobe, a popularidade do governo Lula cai

Datafolha mostra que avaliação positiva do atual governo despencou de 35% em dezembro do ano passado para 24% neste mês
Enquanto o preço dos alimentos sobe, a popularidade do governo Lula cai
Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A inflação nos preços dos alimentos está cobrando um alto preço do governo Lula. O petista, que em seus três mandatos nunca havia observado uma popularidade tão baixa, terá um árduo trabalho para reconquistar o prestígio perante seu eleitorado, e isso a cerca de um ano das eleições presidenciais.

Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo Datafolha aponta que o índice de pessoas que aprovam o governo Lula despencou de 35% em dezembro do ano passado para 24% neste mês. No mesmo período, aqueles que avaliam a atual administração como ruim ou péssima passaram de 34% para 41%.

Um dado que chamou a atenção na pesquisa é a queda de 20 pontos percentuais na popularidade de Lula entre seus eleitores. Também foi observada redução no prestígio do presidente da República entre os mais pobres.

Especialistas e analistas políticos apontam que o principal culpado por esse tombo na avaliação é a inflação dos alimentos. Desde o ano passado, a população vem percebendo que encher o carrinho do supermercado está cada vez mais caro. Produtos como carne e café, essenciais no dia a dia do brasileiro, subiram de forma significativa.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os alimentos subiram 7,69% no acumulado do ano passado. Entre os fatores que impactam os preços estão os efeitos das mudanças climáticas e o aumento nos custos produtivos.

E a situação não deve melhorar. Conforme publicado pelo Diário do Comércio, o ovo, uma das proteínas consideradas mais acessíveis, disparou 80% e tende a continuar valorizando.
Esse encarecimento na alimentação impacta, sobretudo, as camadas mais pobres da população, que foram responsáveis por grande parte dos votos que elegeram Lula em 2022. Esse eleitorado demonstra “irritação” com a atual situação, e o governo terá que agir rápido para conter os danos.

O cenário se tornou um “prato cheio” para a oposição, que vem até mesmo fazendo campanha por um improvável impeachment.

Além de medidas econômicas assertivas, o governo Lula precisa corrigir a rota de sua comunicação para reverter o quadro. Desde a crise criada pelas novas regras do Pix, a administração petista e o próprio presidente têm demonstrado dificuldade em dialogar efetivamente com a sociedade, e isso pode ser a bala de prata contra o presidente da República nas eleições presidenciais de 2026. Será que o governo conseguirá reverter este jogo?

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