Espaço da Mina de Águas Claras é oportunidade para BH

O espaço territorial correspondente ao município de Belo Horizonte, já quase totalmente urbanizado e ocupado, é pequeno, mas – e disso pouca gente se dá conta – este fato absolutamente não é condicionante do futuro da cidade. Longe disso, tendo em conta a área que pertenceu à MBR – Minerações Brasileiras Reunidas e então parcialmente ocupada pela Mina de Águas Claras, desativada no ano de 2002, já como propriedade da antiga Companhia Vale do Rio Doce. Uma área equivalente ao espaço ocupado pela avenida do Contorno e com possibilidade de acesso direto por um túnel, o que significa que pode estar a apenas cerca de15 minutos da Praça Sete.
O crescimento futuro, bem planejado e mais racional aponta nesta direção, o que também confere a Belo Horizonte possibilidades que possivelmente não encontram paralelo em nenhuma outra cidade no mundo. Um espaço com um enorme platô totalmente plano e com aproximadamente 3 quilômetros de extensão, a área de manobras e movimentação de cargas da antiga mina, com as melhores condições para abrigar prédios comerciais e, talvez, residenciais também. Um espaço paralelo e no mesmo plano da avenida José do Patrocínio Fontes, do outro lado da serra e onde está localizado o Hospital Orizonti. Tudo isso e mais um lago artificial, a antiga cava, que no mínimo pode ser uma grande caixa d’água capaz de abastecer a cidade por gravidade.
Sem qualquer exagero, uma cidade nova ou uma nova Belo Horizonte, com amplas áreas verdes, preservação de matas nativas remanescentes da Mata Atlântica, tudo isso comparável a um verdadeiro pulmão para ajudar a oxigenar também a região metropolitana. Um espaço também naturalmente vocacionado para abrigar condomínios horizontais e verticais, além de áreas de lazer e outros equipamentos de serviço e interesse público. O futuro possível, ao alcance da vontade, do pensar grande que tanta falta nos faz.
Nada disso representa ideias novas, bem ao contrário. Quando da desativação da Mina de Águas Claras o projeto chegou a ser discutido, porém de forma tímida, tanto que não prosperou, embora não faça o menor sentido que áreas com as características mencionadas e evidente potencial permaneçam desocupadas. Não, evidentemente, para servir à especulação imobiliária rasteira, predatória, mas sim com exata dimensões das possibilidades que se apresentam, traduzidas sobretudo em ganhos coletivos, na possibilidade inteligente de devolver a Belo Horizonte o brilho que em alguma medida parece perdido, ofuscado.
Concluindo, uma grande oportunidade para assim ser percebida, no mínimo porque demonstra que Belo Horizonte tem como crescer e melhorar a partir de seus espaços mais nobres, algo também nada comum.
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