EUA x China: impactos para o Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu início, nesta semana, à esperada e temida guerra comercial com a China. O mandatário norte-americano anunciou tarifas de 25% sobre os produtos chineses. O tigre asiático, por sua vez, decidiu taxar itens da pauta de exportações estadunidense, além de anunciar uma investigação contra o Google.
Apesar de causar preocupação, uma vez que os impactos são incertos, a disputa entre as duas superpotências pode abrir uma janela de oportunidades para o Brasil, na avaliação de especialistas. Nossos produtos podem ocupar o espaço de itens que os norte-americanos enviam para o mercado chinês e que ficarão mais caros por conta das taxas. Empresas brasileiras também podem aproveitar a guerra comercial para ampliar seus negócios nos Estados Unidos.
Em matéria publicada recentemente pelo Diário do Comércio, especialistas apontaram que uma guerra comercial entre China e Estados Unidos pode resultar em aumento nas exportações brasileiras, sobretudo de produtos do agronegócio para a China. Em Minas, itens como café, carne e soja seriam beneficiados.
Mas será que o Brasil está preparado para aproveitar essa oportunidade? Essa é uma indagação que já deveria estar sendo feita há muito tempo, antes mesmo das eleições presidenciais nos Estados Unidos no ano passado.
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Para aproveitar oportunidades como essa, é preciso tornar o nosso setor produtivo mais competitivo e esse, ao que parece, não é o caminho que vem sendo tomado. Nossas empresas ainda enfrentam uma elevada carga tributária, dificuldades para encontrar mão de obra capacitada, entre outros gargalos.
Devemos, sim, aproveitar algumas das oportunidades que vão se abrir em meio à disputa insana iniciada pelo mandatário norte-americano. Porém, a falta de políticas públicas para reduzir os gargalos enfrentados pelo setor produtivo brasileiro deve limitar as possibilidades de nossos produtos ocuparem um espaço maior no mercado das duas superpotências nos próximos anos.
O prazo para o poder público agir, talvez, neste caso, já tenha se esgotado. No entanto, é preciso ficar atento para que o Brasil não perca as oportunidades que certamente surgirão no futuro para ampliar sua presença no mercado internacional.
Urge dotar nossa indústria, setor de serviços e agronegócio de condições reais de competitividade para disputar e conquistar espaço no cenário internacional. Mais do que nunca, é necessário um compromisso efetivo com reformas estruturais que garantam ao Brasil um papel mais relevante na economia global.
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