Editorial

Da UFMG para o mundo: o exemplo de empreendedorismo da Nanum Nanotecnologia

Startup mineira opera há mais de 20 anos e nasceu na Universidade Federal de Minas Gerais
Da UFMG para o mundo: o exemplo de empreendedorismo da Nanum Nanotecnologia
Os Materiais Avançados são aqueles que têm potencial de gerar novos produtos e processos inovadores como é o caso dos semicondutores | Créditos: Adobe Stock

A história que vem adiante é mais uma daquelas que precisa ser contada para que seja exemplo e emulação. Vamos falar de uma empresa que opera há 20 anos, nasceu na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) como startup, encontrou sócios idealistas e visionários e está bem próxima de dar um passo disruptivo, de alcance e importância global. E já não falamos apenas de agregação de valor, conforme tem sido assinalado constantemente neste jornal, mas de algo que vai muito além, agregação de conhecimento numa escala possivelmente inédita. Falamos também de uma empresa que já acumula larga experiência internacional e, recentemente, numa feira na Alemanha, foi procurada por um brasileiro, residente local, que desejava ser seu representante no Brasil. Ouviu como resposta que deveria se entender com a sede da empresa, em Lagoa Santa, Minas Gerais.

Trata-se da Nanum Nanotecnologia S.A, que esta semana inaugurou sua nova fábrica, com o que poderá mais que dobrar a capacidade de produção e ampliar sua participação no mercado interno, além de lançar novos produtos, como tinta anticorrosiva de características inéditas e revolucionárias. Tudo isso com tecnologia própria, como as cabeças de impressão de cartuchos de que é fornecedora exclusiva da HP a nível mundial. Já é muito, mas em breve poderá parecer pouca coisa. É que a mesma Nanum, com tecnologia e equipe brasileiras, está em fase final de desenvolvimento o Hipercapacitor Molecular, ou HCM, em fase final de desenvolvimento, já patenteado e que poderá estar em condições comerciais dentro de dois anos. Estamos diante de um novo e revolucionário conceito de acumuladores, ou baterias, diferente de tudo que existe. Produzidas com grafeno e à base de nanotecnologia, elas terão recarga ultrarrápida, capacidade exponencialmente maior, ciclos de recarga quase infinitos, serão mais leves e mais seguras, sem o risco de incêndios. Uma revolução, antecipa Ailton Ricaldoni, fundador e, hoje, presidente do Conselho da empresa. Para ele, algo que poderá ser tão revolucionário quanto a possibilidade de mudar o conceito conhecido de entrega de energia elétrica para uso residencial, substituindo cabos por baterias que seriam substituídas mensalmente, à semelhança do que acontece hoje com o GLP de uso doméstico.

Não é sonho, tampouco ficção. É conhecimento aplicado, é o desdobramento do conhecimento gerado a partir dos bancos escolares e dos laboratórios da UFMG. E ponto de partida para uma revolução também na indústria de material de transporte, ou automotiva, com respostas melhores para o processo de substituição de motores a explosão por elétricos, livre de todos os inconvenientes, custos inclusive, apresentados pelas baterias hoje disponíveis e em uso. E tudo isso partindo de uma empresa brasileira, mineira, pronta para assombrar o planeta.

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