Editorial

O futuro mais perto

Produção da Foz do Amazonas pode fazer com que o Brasil poderá chegar à marca dos 5 milhões de barris/dia, mais que Canadá e China e perdendo apenas para Estados Unidos, Arábia Saudita e Rússia
O futuro mais perto
Crédito: Reuters/Ricardo Moraes

A maioria dos brasileiros não parece ter se dado conta da importância e das oportunidades que se desenham para o País a partir da descoberta – e exploração – de novos campos petrolíferos na Foz do Amazonas. Com uma produção, hoje, da ordem de 3,9 milhões de barris/dia o País ocupa a sexta posição no ranking dos maiores produtores de petróleo. Considerados os dados já disponíveis e, claro, a possibilidade de que venham a ser confirmados brevemente, o Brasil poderá chegar à marca dos 5 milhões de barris/dia, mais que Canadá e China e perdendo apenas para Estados Unidos, Arábia Saudita e Rússia. Um objetivo que poderá ser alcançado na virada dos anos 30, precisamente no momento em que a produção na área do pré-sal começará a declinar.

Claramente a perspectiva desenhada implica riscos e oportunidades. Riscos ambientais numa área particularmente sensível, mas que não podem ser tomados como obstáculo, menos ainda como fator paralisante. Cabe entender a responsabilidade dos envolvidos, do governo brasileiro à própria Petrobras. Disposição política em primeiro lugar e, quanto à empresa, certeza com relação à sua qualificação, o que remete à constatação elementar de que ela se revelou capaz de desenvolver e implementar sofisticadíssima tecnologia de prospecção e extração de petróleo em águas profundas, condição que permanece única no planeta, e vem operando sem que tenham sido registrados sequer incidentes relevantes, muito menos qualquer dano de monta.

Quanto ao petróleo, e cabe lembrar que a torcida contra a Petrobras, que nunca foi desmobilizada e nunca reconheceu seu enorme sucesso, já fez saber que as notícias mais recentes têm pouca relevância porque a demanda de petróleo no planeta estaria se aproximando de uma tendência decrescente. Rematada asneira e disso sabem perfeitamente especialistas capazes de assegurar que o “ouro negro” permanecerá no centro da economia e das atenções planetárias, estratégicas e políticas, inclusive, por muito tempo mais.

Eis o contexto em que o Brasil está colocado, enquanto as projeções para o futuro podem ser construídas a partir da observação do que se passa presentemente na Guiana Francesa. O bastante também para que os brasileiros entendam que o futuro tão aguardado pode estar finalmente mais próximo e na forma de oportunidades que não devem ser negligenciadas, começando pelo redesenho da economia na região Norte e no rumo de um ciclo de recuperação e prosperidade com repercussões muito positivas e de dimensão nacional. Não é sonho, é possibilidade real e ao alcance de planejamento combinado com trabalho bem feito.

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