Editorial

Futuro da mineração

Atualmente, o setor percebe com mais clareza seus desafios, mas enxerga melhor as oportunidades que estão pela frente
Futuro da mineração
Vista aérea de área de mineração | Foto: Reprodução Adobe Stock

As atividades minerárias carregam marcas negativas que vêm de um passado distante e remetem aos primórdios da ocupação do território nacional, muito especialmente de Minas Gerais. Não tem sido um processo agregador, menos ainda de multiplicação das riquezas geradas a partir da exploração do subsolo. Mais recentemente, em parte como consequência natural dos ganhos de conscientização coletiva, também os impactos ambientais da atividade passaram a ser mais claramente percebidos, o que decorreu também além dos grandes e trágicos acidentes que ocorreram em Mariana e Brumadinho.

É preciso, de fato, perceber o que se passa e na sua mais precisa dimensão, o que porém não significa que a mineração, que guarda relação direta com a ocupação do território e consolidação da economia regional, deixe de ser percebida na exata dimensão de sua relevância. Para que não se perca de vista que prossegue, ainda hoje, como a mais importante atividade econômica desenvolvida nas terras mineiras. Para que o futuro seja adequadamente percebido – e alcançado! –, estes são entendimentos fundamentais.

E foi precisamente do futuro que nos falou recentemente, durante o Congresso Brasileiro de Mineração, este ano realizado na Bahia, o presidente da Vale, Gustavo Pimenta. Para destacar que hoje o setor percebe com mais clareza seus desafios, mas também enxerga melhor as oportunidades que estão pela frente. No caso da Vale, começando por recuperar, e já no próximo ano, a condição de maior produtora de minério de ferro no planeta, inserida no contexto de um modelo de negócios que promete ser “legal, responsável, que gera impacto líquido positivo em termos sociais, ambientais e econômicos”. Para chegar, como disse o executivo, à condição de não mais gerar estéreis e rejeitos, com menos uso de terra e água numa mineração 100% circular, reaproveitando tudo.

O futuro enxergado nesta perspectiva será muitíssimo diferente daquele que se imaginava a partir do entendimento, ou alerta, de que “minério não dá duas safras”. Sim, pode ser diferente, pode ser muito diferente, desde que exista adequada compreensão da realidade e igual disposição para modificá-la buscando o melhor rumo. Foi disso, afinal, que nos falou o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, na sua exposição para os participantes do Congresso Brasileiro de Mineração. Mas faltou lembrar que as raízes da Vale estão fincadas em Minas Gerais, condição que não pode se perder, posta de lado, na dimensão de futuro que está sendo desenhada.

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