Aumento de cursos de graduação em nível superior no Brasil traz quantidade, mas não qualidade

Conforme dito em comentário anterior, educação com foco em qualidade é, para qualquer país, o alicerce, base para transformações que, partindo da garantia de crescimento econômico, coloquem a prosperidade ao alcance de maiores parcelas da população. Em tese, e apesar de estratégias equivocadas, algo que o Brasil persegue como objetivo nacional, tentando replicar experiências bem-sucedidas em outras plagas. Foi nesse contexto precisamente que se deu, no País, forte expansão de cursos de graduação em nível superior, com ganhos expressivos de quantidade mas não tanto de qualidade.
Chegou a ser prometido em determinado momento que todos os brasileiros, sem exceções, teriam acesso ao ensino superior, às faculdades, como métrica de políticas públicas que levariam o País a um novo patamar social e econômico. Mais um equívoco dentre muitos outros, fato que os resultados comprovam.
Conforme dados do Ministério da Educação, reforçados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a escolha de cursos de graduação padece de grandes equívocos e a começar pelo fato de que a escolha de determinado curso tem mais a ver, em primeiro lugar, com os custos dessa opção e a capacidade de pagamento do futuro aluno e de sua família. Não poderia dar certo. A consequência são estudantes formados que não exercem a profissão e baixa oferta de mão de obra qualificada para as áreas de tecnologia, de ponta e de inovação. O ambicionado diploma rapidamente se transforma em mero adorno ou o anel de advogado passa a ter mais importância. Um jogo de aparências que parece remeter ao passado e em que os custos deste processo não parecem estar sendo levado na devida conta.
Esquecidas as ilusões de que um diploma de escola superior poderia ser o passaporte para ascensão, como foi no passado quando empresas costumavam recrutar talentos diretamente nos bancos das faculdades, fazendo do diploma a porta de entrada para o mercado de trabalho, restaria apontar também o alto custo e desperdício decorrente dessa situação. Enormes parcelas dos investimentos realizados, pelo Estado ou não, na educação e formação de jovens acabam perdidas, senão inúteis. Eis uma realidade que precisa ser melhor conhecida para, ao que tudo faz crer, esforços e recursos possam ser melhor orientados.
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Tudo isso significaria simplesmente enxergar a educação na mais precisa medida de sua importância para o indivíduo e para a coletividade, para o futuro de todos.
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