Inovação é o caminho
A indústria extrativa mineral em Minas Gerais atravessa um momento decisivo de transição. Diante das crescentes exigências por transparência e responsabilidade socioambiental, o setor se depara com uma pergunta fundamental, feita recentemente pelo presidente da Vale, Gustavo Pimenta: “Sem a mineração do futuro, qual será o futuro da mineração?”. A resposta para essa provocação reside na inovação, o único caminho capaz de transformar a atividade em um modelo responsável e replicável, que gere impacto positivo nos âmbitos social, ambiental e econômico.
O desenvolvimento sustentável do Estado exige que a inovação deixe de ser apenas um conceito abstrato e se torne uma prática comum entre as empresas do setor instaladas em Minas Gerais. Um exemplo prático, noticiado nesta semana no Diário do Comércio, é o Parque Tecnológico de Ouro Preto, na região Central.
Com investimentos superiores a R$ 100 milhões até 2027, o empreendimento vai reunir empresas dos setores de mineração e metalurgia, além de universidades, para trabalhar em conjunto, transformando conhecimento e inovação em benefícios reais para a população da cidade histórica, como a geração de emprego e renda. Até o momento, o parque conta com 16 cartas de intenção já assinadas por multinacionais, incluindo a Vale. O parque foca soluções para os setores mineral e metalúrgico, consolidando Minas Gerais como um centro de inteligência tecnológica.
Entre as soluções buscadas pelas mineradoras atualmente está a circularidade da produção, com a redução ao máximo da geração de estéril e rejeitos. O objetivo é encontrar formas de reaproveitar os materiais, criando, assim, novas formas de negócios a partir da mineração.
Além de gerar postos de trabalho, a economia circular surge como uma forma de prevenir novos desastres, como os que ocorreram em Mariana e em Brumadinho, em decorrência dos rompimentos das “arcaicas” barragens de rejeitos. A mineração do futuro não comporta essas estruturas, e somente por meio da inovação será possível encontrar caminhos para superar esse desafio.
Outro pilar essencial, para o qual somente a inovação será capaz de oferecer solução, é a “descomoditização” do setor. A indústria extrativa em Minas Gerais precisa buscar formas de entregar mais valor agregado, gerando maior retorno para a sociedade mineira.
Minas Gerais concentra importantes reservas dos chamados minerais estratégicos, insumos essenciais para a produção de itens tecnológicos e para a transição energética. É preciso apostar, de forma urgente, em pesquisa e desenvolvimento para que as terras-raras presentes no Sul de Minas e no Alto Paranaíba, assim como o lítio do Vale do Jequitinhonha, sejam aproveitados e beneficiados ao máximo em território mineiro.
A nova mineração não pode se basear apenas no envio dos insumos para o exterior, obrigando o País a importar tecnologia. A inovação é o caminho.
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