Editorial

Inquietação com a chegada de Trump à Casa Branca pode deixar o mundo bem perto das trevas

Para Declarações recentes de Trump dão sinais mais que suficientes para provocar inquietação em todo o mundo
Inquietação com a chegada de Trump à Casa Branca pode deixar o mundo bem perto das trevas
Foto: Reuters/Brian Snyder

À medida que se aproxima a mudança de governo nos Estados Unidos crescem as preocupações com relação ao futuro inquilino da Casa Branca. Para o planeta, estão no ar sinais mais que suficientes para provocar inquietação, sendo bastante lembrar algumas das mais recentes declarações de Donald Trump, que imagina sensato e pertinente retomar o controle do Canal do Panamá, enxerga que também faz sentido incorporar o território mexicano e não vê problemas em fazer do Canadá mais um Estado de seu país, enquanto para a Groenlândia reserva proposta de compra, mesmo que não exista qualquer oferta que fundamente sua pretensão.

Dirão os mais tranquilos que tudo não passaria de provocações bem estudadas e no melhor estilo Donald Trump, sobretudo considerando que ele chega ao governo amparado por uma grande vitória nas eleições do ano passado. E sem que se saiba, agora, que dele tenha partido qualquer contestação ao sistema eleitoral, o que na votação anterior culminou com a tentativa frustrada de impedir a diplomação de Joe Biden. Na ocasião, justo sob o argumento de que o sistema não era confiável, tudo agora reservado a um passado a ser, tanto quanto possível, esquecido, revelador de imperfeições que a autoproclamada “maior democracia do planeta” não poderia e não deveria desconsiderar.

Como desconsiderou e desconsidera, caberá ao restante do planeta redobrar atenção, numa vigilância em que será fundamental o papel reservado aos países da Europa Ocidental, em especial Grã-Bretanha, Alemanha e França, assim como os demais integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), de onde já partiram sinais de incômodo. Em especial no que toca à virtual desconsideração à soberania da Groenlândia, tudo isso possibilitando claro paralelo com as atrocidades patrocinadas pelo regime de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial e tendo como pano de fundo, ou alegada justificativa, justamente a busca de “espaço vital”.

Cabe esperar que tudo não passe de teatro ou de bem estudadas tentativas de confundir e chamar atenção. Mas cabe também lembrar que comparações, no passado e no presente, são também inevitáveis, cabendo em primeiro lugar ao sistema político dos Estados Unidos, dito a pátria do mundo livre, conter abusos que não podem ser tomados como meramente retóricos e sim como capazes de gerar instabilidade e insegurança. Efetiva ameaça, portanto, e que como tal deve ser tratada e contida para que o planeta novamente não mergulhe nas trevas como em 1939.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas