Editorial

Integração dos municípios da RMBH deve ir além de interesses políticos

É preciso pensar nos bolsos e na comodidade dos milhares de usuários que percorrem as rodovias na Região Metropolitana
Integração dos municípios da RMBH deve ir além de interesses políticos
Crédito: Diário do Comércio / Arquivo / Charles Silva Duarte

A polêmica envolvendo a privatização de rodovias que cortam o chamado Vetor Norte carece, tudo faz crer, de abordagem técnica e acompanhada de estudos aprofundados o suficiente para orientar decisões. Com alvo, evidentemente, no que for melhor para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, colocado em primeiro plano o interesse da população. Nada enfim que possa resvalar para o espaço da política e como mais uma vez parece estar acontecendo, tudo assim podendo ser resumido num jogo mais rasteiro em que ser contra ou a favor obedece a conveniências e preferências bem particulares, não mais a avaliações técnicas devidamente fundamentadas.

Eis o ponto a observar e do qual não será prudente se afastar, especialmente se sua apreciação for mesmo encaminhada para uma mesa de conciliação, conforme proposta apresentada pelo Tribunal de Contas do Estado. E tudo não menos inconveniente que a mera protelação, o exercício bem comum de deixar para depois na esperança que a acomodação venha naturalmente ou pelo esquecimento. Caberia ainda lembrar aos desavisados que a privatização em causa, envolvendo as rodovias MG-10, MG-424 e LMG-800 deve ser entendida como alternativa apresentada pelo Executivo estadual para responder à demanda de investimentos que o setor público alegadamente não teria como bancar. Com ênfase na proposta de criação de 12 praças de pedágio num percurso de não mais que 124 quilômetros, circulação portanto de pequenas distâncias quase sempre em áreas já densamente urbanizadas e com deslocamentos majoritariamente casa-trabalho, ida e volta.

Lembrar também que até mesmo o acesso ao Aeroporto de Confins sofreria o impacto da cobrança de pedágio, com inconveniências igualmente relevantes parece ser o suficiente para o entendimento de que o assunto merece mais que a busca de conciliação. Sem espaço para intransigência, para fatos consumados e igualmente para o mero exercício de vontades e ou ideias preconcebidas. Cabe sim pensar nos bolsos e na comodidade de cada um dos milhares de usuários que percorrem estes trechos diariamente, caberia igualmente considerar que a efetiva integração de todos os municípios que formam a região metropolitana passa diretamente por melhores e mais acessíveis condições de mobilidade.
Claramente o futuro nos obriga a pensar grande, bem conhecida e compreendida a dimensão dos desafios que estão pela frente. Eis a melhor medida da tarefa que está por ser cumprida.

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