Editorial

Malha ferroviária pode ser alternativa mais racional para a mobilidade na região metropolitana

Êxito dessa e outras alternativas depende de uma união dos municípios em prol da solução
Malha ferroviária pode ser alternativa mais racional para a mobilidade na região metropolitana
Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil

A prefeita Marília Campos, que acaba de ser eleita para um quarto mandato à frente da administração de Contagem, disse em recente entrevista a este jornal que sua cidade ou, mais amplamente, a região metropolitana, tem na mobilidade um dos gargalos que mais requer atenção. Lembrou também que este é um problema comum e que só poderá ser bem resolvido se enfrentado a partir de ações conjuntas e de adequada coordenação entre os municípios. Trata-se simplesmente de entender que hoje existem pessoas que, por exemplo, podem morar em Contagem, trabalhar em Betim e estudar em Belo Horizonte.

Marília, que entre seus colegas da região metropolitana é a que acumula maior experiência como gestora pública, está absolutamente certa. Trata-se também de compreender que houve nas últimas décadas um processo de conurbação que não tem como ser ignorado. Os municípios que formam a região não podem mais ser entendidos como entes autônomos e independentes, conforme o contorno da divisão política que deve passar a ser entendida como não mais que referência pretérita. Juntos podem ser fortes, fragmentados estarão condenados ao atraso, precisamente ao pior que processos mal orientados de urbanização podem oferecer.

Partindo dessa constatação elementar será preciso, daqui para a frente, conversar e conversar muito. Ou, como há pouco foi lembrado neste espaço, para que a projetada revitalização do Anel Rodoviário, delegada à Prefeitura de Belo Horizonte, seja tocada precisamente como resultado de uma ação integrada, envolvendo os demais municípios da região. O mesmo vale para uma boa ideia lembrada pela prefeita Marília Campos, o aproveitamento da malha ferroviária existente nos limites da região metropolitana para transporte de passageiros. É enorme absurdo que esta malha tenha sido abandonada e se encontre presentemente em avançado processo de deterioração. Absurdo ainda maior é o desconhecimento dessa situação, a consequente indiferença sem que nada seja feito para revertê-la.

É possível que estejamos diante da alternativa mais racional, porque mais barata e de mais fácil e rápida implantação, para incrementar substancialmente o transporte de massa na região metropolitana, assim colocando de fato em primeiro plano a questão da mobilidade.
São boas ideias, são ideais convergentes e que assim a todos interessam, merecendo, portanto, que avancem na única direção que realmente faz sentido, como bandeira não apenas da prefeita Marília Campos, mas sim de todos os seus colegas da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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