Melhorias bem-vindas
O incremento das atividades minerárias no Quadrilátero Ferrífero e áreas próximas tem causado grandes transtornos para os usuários da BR-040, principal ligação rodoviária entre Belo Horizonte e o Rio de Janeiro. Problemas que no trecho, ainda não completamente duplicado entre os trevos de acesso a Ouro Preto e, mais à frente, Congonhas, ganharam proporções críticas e por conta precisamente do tráfego de caminhões pesados e transportando minério de ferro, comprometendo a própria circulação de veículos, leves inclusive, além de graves impactos no que toca à segurança, principalmente para usuários.
Problemas amplamente conhecidos e que, depois de longa espera, podem estar caminhando para o fim. Eis o que se pode esperar como resultado de acordo firmado entre mineradoras e municípios da região, com intermediação do Ministério Público Estadual, viabilizando melhorias no trecho mais afetado, entre Congonhas e Conselheiro Lafaiete, com duplicação da pista e outras melhorias, além da retirada parcial de caminhões transportando minério e que passarão a circular pela estrada Pico-Fábrica, pertencente à mineradora Vale. Falta ainda detalhar como tudo isso será feito, mas a perspectiva é de melhorias sensíveis, depois de espera de pelo menos duas décadas e nenhuma explicação plausível para tanto atraso.
A antiga BR-3, pavimentada nos anos 60 do século passado como ligação rodoviária ente a antiga e a nova capital do País, envelheceu sem adequada manutenção e menos ainda obras de adequação de traçado considerando aumento do tráfego e mudanças nas características dos veículos em circulação. Da mesma forma que nunca esteve no radar de projetistas e engenheiros a movimentação de caminhões transportando minério de ferro, que para além dos inconvenientes já apontados também sobrecarregam a pavimentação, com comprometimento considerado crítico.
Problemas que já poderiam ter sido equacionados, se considerada oportunamente a proposta da implantação de via secundária e exclusiva para transporte de minério de ferro, empreitada que seria bancada pela Vale. Deixada de lado, entre outros motivos por alegadas restrições ambientais, um tempo precioso foi perdido, com prejuízos desnecessariamente acumulados. Cabe esperar e continuar torcendo para que este ciclo tenha finalmente terminado e que as intervenções anunciadas venham com a agilidade que até agora faltou. Ganha a própria atividade minerária, ganham os usuários da BR-040 e 356, ganha a economia de Minas Gerais, ganha o País.
Ouça a rádio de Minas