Expansão do metrô de BH: a população espera avanços maiores e mais rápidos

Depois de uma espera de pelo menos duas décadas, as obras de construção da linha 2 do metrô de Belo Horizonte recomeçaram, com previsão de início dos serviços dentro de quatro anos. Investimentos diretos da União, estimados em R$ 2,8 bilhões e pouco mais de R$ 400 milhões provenientes de compensações da mineradora Vale garantem a retomada das obras e, espera-se, também sua conclusão sem que se repitam frustrações anteriores.
Além da nova linha, percurso de cerca de 10 quilômetros, o cronograma agora apresentado inclui construção de estações, reforma e ampliação de estações já em serviço na linha 1, além de aquisição de composições, levando o metrô até a região do Barreiro e possibilitando o atendimento diário de cerca de 200 mil novos usuários.
Mais relevante que comemorar características das obras agora contratadas é assinalar que, depois de longa e nunca explicada paralisação, a implantação do sistema de transporte de massa para servir à Região Metropolitana de Belo Horizonte é retomada. Cabe esperar que este seja apenas um primeiro passo, antecipando a abertura de novas frentes de trabalho e possibilitando que os trilhos do metrô avancem em direção à região hospitalar, ao hipercentro, à Pampulha, etapa que deveria ter sido concluída a tempo de atender à Copa do Mundo de Futebol, e de lá até a Cidade Administrativa. O mínimo, cabe ressaltar, para que o sistema ganhe capilaridade bastante para desafogar a mobilidade urbana em Belo Horizonte.
Mínimo também para que seja compensada a longa e aparentemente desnecessária espera, atraso que antes de tudo impõe à população local sacrifícios que ajudam a deteriorar as condições de vida na cidade, com repercussões igualmente indesejadas nas atividades econômicas. Cabe sim esclarecer o que se passou, cabe sim indagar porque outras capitais mereceram tratamento diferenciado e assim puderam consolidar seus sistemas de transporte de massa, já em estágios mais avançados, o que não aconteceu em Belo Horizonte. Cabe esclarecer, cabe cobrar o que foi devido e, sobretudo, cabe exigir que daqui para frente os avanços não só sejam maiores como também mais rápidos.
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Eis o que a população de Belo Horizonte e mineira esperam, enxergando a retomada das obras da linha 2, agora festejada, antes de tudo como um sinal, compromisso, de que daqui para frente as coisas serão diferentes. E para que não esteja mais tão distante o dia em que será possível afirmar que o metrô com seu conjunto de linhas representam sistema confiável e abrangente de transporte de massa, capaz de atender bem as necessidades da terceira maior região metropolitana no País.
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